Parceria de sucesso

Conforme publicado em recente edição deste jornal, o Grupo Gerdau está anunciando novo e importante ciclo de investimentos no Estado, num total estimado em R$ 3,2 bilhões, distribuídos entre operações de mineração e de produção de aços planos. Ao mesmo tempo, e com igual ou maior relevância, a empresa gaúcha, hoje com grandes operações também no exterior, revelou que será deslocada de São Paulo para o Estado a sede de suas operações voltadas para mineração e siderurgia, que hoje representam 60% dos negócios de grupo nessa área.
Uma empresa gaúcha, operando há 122 anos e com negócios que começaram com a fabricação de pregos, revela-se cada vez mais mineira, mais integrada e atuante no ambiente local. Algo a ser festejado, como indicativo, sobretudo, de escolhas acertadas e bem-sucedidas, e por representar um movimento contrário ao comum, em que empresas com complexos industriais no Estado deslocam sua estrutura administrativa para São Paulo, na suposição de que estarão mais próximas dos centros de decisão financeira e comercial de relevância continental. Fica o exemplo e, mais, a esperança de que ele possa se transformar efetivamente em novo parâmetro, reforçando os diferenciais locais.
O anúncio tem também um outro significado. A Gerdau chegou a Minas Gerais há 40 anos para assumir as operações da antiga Açominas, em Ouro Branco, quando de sua privatização. A unidade, cabe recordar, foi a segunda siderúrgica de grande porte erguida no Estado, como fruto de uma campanha de mobilização que o DIÁRIO DO COMÉRCIO tem o maior orgulho de ter liderado. Sobretudo quando de Brasília, em pleno regime militar, vieram recomendações pouco sutis para que o projeto fosse esquecido e os mineiros se dessem por satisfeitos com a implantação da Fiat Automóveis. Para nós, não era “isso ou aquilo” e sim “isso e aquilo”, mesmo que à custa de uma luta solitária afinal bem-sucedida, adiante, pelas mãos do governador Aureliano Chaves.
Os fatos presentes, que firmam a consolidação de um projeto tão relevante para Minas Gerais e para o País, necessariamente sugerem que o passado seja revisitado. Sobretudo para registrar que os investimentos agora anunciados estarão voltados para uma nova plataforma de mineração sustentável, com todos os cuidados hoje reclamados, enquanto à usina de Ouro Branco serão destinados recursos para modernização e atualização tecnológica, aprimoramento de práticas ambientais e expansão da produção.
Assim, só cabe aplaudir e comemorar mais este caso em que as afinidades de gaúchos e mineiros implicam em sucesso e bons negócios.
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