Partidos perdem confiabilidade

“Partidos brasileiros perdem 620 mil filiados em 4 anos”. Essa manchete que revelou dados do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) assustou muita gente, especialmente os democratas, que sonham com a restauração do Brasil, mais que urgente. Sobretudo após a pandemia e essa grande crise que nos arrasta já há alguns anos, sem nos oferecer um horizonte de solução, de tranquilidade e diminuição da desigualdade econômica e social.
Essa perda nos partidos políticos de milhares de filiados é uma prova da debilidade e falta de consistência política de nossas “siglas”. E os partidos são os instrumentos necessários para a construção de uma democracia autêntica, sem a qual, não chegaremos a ter uma Nação no sentido pleno desse termo.
A meu ver, o principal problema dos partidos é a sua incapacidade de representar o conjunto da sociedade e de gerar uma nova política, sempre com renovação diante da evolução ou involução, pouco importa, da sociedade como um todo.
Infelizmente os partidos enveredaram por uma rotina burocrática e cartorial que só se ocupa da obtenção e manutenção do poder pelo poder, na maioria dos casos em prol das elites e de setores dominantes da riqueza e da vida humana da Nação brasileira.
No momento atual, em que nos preparamos para as eleições 2022, uma bipolarização, apenas de nomes, impede um debate mais profundo do que vivemos e o surgimento de um projeto novo, que impulsione a sociedade, após os anos difíceis que a população tem enfrentado em todos os sentidos.
Os campeões da perda de filiados foram o MDB, o PDT e PL, embora o MDB ainda seja o partido com mais filiados. Junto com essa debilidade, presente na maioria das siglas, com poucas exceções, há um outro problema: é que as agremiações partidárias não se dedicam mais à tarefa urgente e permanente de promover a educação política, cidadã e ecológica das bases da pirâmide social do Brasil. Condição sine qua non para o crescimento de cada partido e da sociedade.
Se eles não se ocupam nem da formação política de suas próprias bases partidárias, quanto mais das bases da sociedade como um todo… A obsessão do poder pelo poder não deixa tempo para tarefas essenciais à construção de uma nova política eficaz.
Em Minas, um grupo de mulheres e homens está organizando uma ONG – a Ekopolis – com a tarefa de promover uma educação popular, que contemple vários aspectos da vida comunitária respeitando as necessidades diferenciadas de cada coletivo humano: educação, ecologia, cidadania/política, cultura e espiritualidade. A Ekopolis nasce da deficiência das siglas partidárias em promover uma real educação popular que complemente o papel da escola e da família.
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