Opinião

Pedir demissão é o melhor caminho?

Pedir demissão é o melhor caminho?
Crédito: Divulgação

Cada vez mais as relações de trabalho têm sido alteradas. Se em um passado recente a organização escolhia quem ela queria trabalhando, hoje as pessoas também escolhem onde querem empreender o seu tempo. Com temas de propósito e legado sendo discutidos de forma profunda, além de questões sobre felicidade no ambiente de trabalho, a máxima de reter os melhores talentos já está caindo em desuso. O mote agora é engajar – e que seja eterno enquanto dure.

Do lado das empresas, cabe às lideranças e à área de recursos humanos entenderem em detalhes os desejos de cada liderado, a fim de proporcionar um ambiente propício à inovação, aos desafios e ao crescimento contínuo. Já do lado dos colaboradores, é preciso buscar a melhoria constante de suas competências e habilidades, com atitudes e ação, mas sempre gerenciando sua carreira. Por isso o protagonismo é tão importante e uma característica presente em profissionais de sucesso.

Quando você pede demissão de uma empresa ou quando você “joga a toalha” sem ânimo para empreender seus conhecimentos para entregar seus resultados é um perigo, pois é a concretização de que o jogo quase acabou. Certa vez, estava em uma palestra de um renomado executivo, e ele me fez refletir sobre a importância de deixar ir embora aqueles profissionais que pedem demissão: usualmente a alma deles já saiu da empresa três meses antes e, a partir daí, deu início ao processo de luto.

Ninguém melhor do que você para saber o que quer da vida e o que te motiva. Por isso aconselho sempre a refletir sobre o que você pode mudar, seja na atual empresa ou em novas oportunidades de trabalho. Ao longo do dia, sempre vivenciaremos adversidades e saber transitar por elas com sabedoria, maturidade e resiliência, bem como nos reinventando continuamente, faz com que novos caminhos sempre surjam para nós.

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A empresa e o seu líder podem até lhe ajudar neste processo, mas é você quem vai decidir qual estilo de vida que quer levar: alguém que sempre está disposto a mudar positivamente, ou alguém que vai trabalhar sem ânimo, sem brilho nos olhos e de forma mediana? “Errado é quem naufragou seus navios duas vezes e continua culpando o mar”. Analisar a frase do escritor latino da Roma Antiga, Publio Siro, do ponto de vista profissional pode ser muito interessante, pois nos leva a pensar sobre a importância da autorresponsabilidade, uma característica marcante em profissionais de sucesso, que geralmente arcam com suas decisões.

Já sabemos que a maioria das pessoas busca cada vez mais empresas onde consigam não apenas empreender suas competências e habilidades, mas também serem desafiados. Todavia, equilíbrio também é algo valorizado por muitos, que querem não apenas trabalhar, mas também ter equilíbrio nas demais esferas da vida. Usualmente, profissionais com baixo autoconhecimento, vivem terceirizando a culpa por seu insucesso e quase sempre se vitimizam com relação a tudo. Para eles, “a grama do vizinho é sempre mais verde”, se esquecendo que na verdade a grama mais verde é aquela que é cuidada e cortada sempre. Por terem também baixa resiliência, pouco controle emocional e razoável atitude, ficam à mercê da vida, esperando que as coisas aconteçam.  São geralmente as mesmas pessoas que ficam “picando a carreira”, mudando sempre de empresa, principalmente quando os desafios ou obstáculos surgem. Mas será que mudar de organização vai ser suficiente? Quando repetimos as mesmas ações seria incoerente esperar resultados diferentes; não é verdade?

É possível estar na mesma empresa por anos e vivenciar momentos distintos, se engajar em novos projetos e almejar novos desafios. E você, vive isso no seu dia a dia? Quais seus diferenciais e como tem sido percebido pelas pessoas? Ao surgir uma nova posição, para uma promoção, lembrarão de seu nome? Você é alguém que passa credibilidade, que agrega ao time e mostra continuamente seus diferenciais?

É preciso entender que sua vida será o resultado do que você buscar. É impossível plantarmos uma semente e querer comer a fruta no mesmo dia. Tudo leva tempo e é preciso dedicação. É quase igual àquelas pessoas que vivem se casando e se divorciando. Será que o problema está realmente na outra pessoa ou em si mesmas? Refletir sobre nossas atitudes nos proporciona uma vontade de mudança do modelo mental e de sermos melhores hoje, do que fomos ontem.

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