Opinião

Pela educação tecnológica acessível e para todos

Pela educação tecnológica acessível e para todos
Crédito: Adobe Stock

Fábio Veras*

É frequente encontrarmos na mídia debates sobre os efeitos da tecnologia na vida de jovens e crianças. Vivemos uma era totalmente digital, momento no qual a tecnologia e a informação atingiram seu ápice e passaram a ser essenciais a todas as pessoas e a todo momento. Dessa forma, a busca por investimentos em ecossistemas de bases tecnológicas que reconhecem os jovens como partes interessadas e interdependentes deve ser constante.

Um grande projeto de inclusão e formação da cultura da tecnologia para os jovens está prestes a ser inaugurado em Minas Gerais. Trata-se do Instituto 42, um braço da renomada escola de programação francesa École 42, que ensina de graça para jovens em 44 campi espalhados por 26 países. A ideia é oferecer um método de ensino sobre programação mais eficiente, acessível e humano que qualquer outro e a certificação dada aos jovens é reconhecida por empresas não apenas do Brasil, mas da França, do Vale do Silício e de qualquer outro lugar no mundo.

O sonho dos fundadores da École 42 era transformar a França em um hub de tecnologia, e o método deu tão certo que começou a rodar o mundo. O grupo gestor é o mesmo que criou o maior hub da Europa, o Station F, modelo organizacional que tive a honra de conhecer pessoalmente em 2017 e que reúne cerca de mil startups residentes de dezenas de países diferentes e conta com atuações de empresas como Apple, Microsoft, Google, entre outras.

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Os franceses, aliás, podem ser uma grande escola para nós em termos de ensino e incentivo à aprendizagem de tecnologia: lá, também tive a oportunidade de conhecer a Cité des Sciences et de l’Industrie ou Cidade da Ciência e Indústria, uma instituição especializada na divulgação da cultura científica e técnica que possui a “La Citè des Enfants”, uma exposição permanente dedicada à aprendizagem lúdica, à experimentação tecnológica e aos jogos educativos, em uma amostra da importância que os franceses dão à tecnologia e, sobretudo, à educação tecnológica para crianças e jovens.

Voltando ao Brasil, quando tomei conhecimento, como presidente do Sindicato da Indústria de Software e da Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Sindinfor), de que esse projeto sem igual do Instituto 42 chegaria a Minas Gerais, não tive dúvidas de que deveria levá-lo como a âncora até então ausente do P7, e o presidente da Federação das Indústrias de Minas Gerais (Fiemg), Flávio Roscoe, imediatamente abraçou a nossa iniciativa. Somos fundadores e participamos da concepção do P7 desde 2015.

Temos a certeza de que o Instituto 42 é um grande acontecimento para o Estado e que beneficiará não apenas o setor de TI, mas toda a economia local e o setor produtivo, pois incrementará a troca de experiência e a internacionalização das empresas nascentes de tecnologia.

Além disso, o Sindinfor e a Associação das Empresas Brasileiras de Tecnologia da Informação (Assespro) também se uniram para fortalecer ainda mais o P7. Depois de criarmos o Fiemg Lab, agora damos suporte ao incipiente BH LAB, em parceria com a Prefeitura e com a cidade de Belo Horizonte.

A partir de agora, o importante é aprender com esses grandes modelos disruptivos e encontrar maneiras de ampliar, cada vez mais, a presença da tecnologia e da inovação nas empresas, na cidade e na vida das pessoas. Que o nosso ecossistema empresarial seja cada vez mais robusto, gerando mais empregos de qualidade.

*Presidente do Conselho de Tecnologia e Inovação da Fiemg e do Sindicato da Indústria de Software e da Tecnologia da Informação do Estado de Minas Gerais (Sindinfor)

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