Opinião

Plataformas digitais no agronegócio

Plataformas digitais no agronegócio
Crédito: Freepik

Milhares de informações circulam diariamente no agronegócio mineiro e brasileiro e são veiculadas pela internet móvel e fixa, televisões, rádios, jornais, revistas, cooperativas, congressos, simpósios, dias de campo, UDs, concursos de produtividade e qualidade, consultorias técnicas, cursos virtuais, “Centros de Inteligência,” assistência técnica pública e não governamental, mercados interno e externos, entre outros processos e apoios à difusão de inovações voltados para os indivíduos, grupos e massa em um contexto reconhecidamente complexo de demandas tecnológicas do agronegócio mineiro e brasileiro.

E mais, resultando nas ofertas de alimentos de origem animal e vegetal, fibras, biomassa e energia limpa renovável, essenciais ao abastecimento e às exportações. O agro requer conhecimentos e talentos humanos multidisciplinares do campo à mesa dos consumidores, com crescentes taxas de urbanização, dentro e fora do Brasil.

As plataformas digitais estão avançando na agricultura de grãos, pecuária de pequenos e grandes animais, fruticultura, horticultura, olivicultura, avicultura, suinocultura, nos produtos de base florestal, gestão de negócios, portanto, uma diversidade de informações que exigem ser transformadas em dados, dados em conhecimentos compartilhados com quem planta e cria, segmentos primários do agronegócio, e esses saberes devem ser configurados em boas práticas sustentáveis, rentáveis e mais logísticas eficientes. O Brasil exporta para 200 países.

Além disso, as teses da globalização das economias e mudanças climáticas ainda dividem o mundo econômico, científico e acadêmico, embora emitindo alguns sinais instigantes nesse início do viger do século XXI. Mas o fato econômico, poderoso, não limita a tese de que a qualidade de vida e a sustentabilidade do planeta Terra transcendem os temas puramente comerciais e circunscritos às vendas e compras de mercadorias, via comércio interno e externo! Embora não seja um especialista, a internet fixa no campo demanda recursos substantivos diante das distâncias entre os estabelecimentos agropecuários e num cenário 5,073 milhões no Brasil, dos quais 72% não tinham acesso à internet, segundo o Censo Agropecuário de 2017.

Entretanto, é preciso conciliar o acesso à internet fixa e móvel, pois a tomada de decisão relaciona-se também com os recursos naturais (água, solo, fauna e flora), fatores climáticos, comportamento produtivo e reprodutivo das plantas cultivadas e dos pequenos e grandes rebanhos domesticados.

Afigura-se indispensável tomar decisões corretas em tempo real na agropecuária e as políticas públicas não podem discriminar grupos de empreendedores rurais no acesso regular às informações e exigindo capacitação eficiente no uso correto das plataformas digitais nas atividades agrossilvipastoris.

Em Minas Gerais, à época do Censo Agropecuário de 2017, que é uma referência importante e ressaltando, porém, que dos 607,5 mil estabelecimentos agropecuários apenas 200 mil acessavam à internet. Mas, esses dados deverão ser atualizados e sem desconsiderar os produtores que têm domicílios urbanos e usando a internet nas cidades.

O Censo de 2017 ainda revela que o número de telefones nos estabelecimentos agropecuários passou de 1,2 milhão em 2006 para 3,1 milhões em 2017(+158%) e o acesso à internet, banda larga e móvel, na mesma comparação, de 75 mil para 1,43 milhão (1.806%). É preciso universalizar a internet!

As tecnologias digitais de informação superam as distâncias geográficas, mas não suprimem as trocas de experiências e conhecimentos ao vivo, com os produtores rurais, na difusão e adoção de boas práticas sustentáveis.  Aliás, pode-se aceitar que a tecnologia não é um “mito” gerado pela “Pesquisa & Desenvolvimento” e muito menos uma ferramenta mágica na solução de problemas e demandas derivadas do agronegócio brasileiro, embora sendo notáveis os avanços havidos desde 1975. Faz-se estratégico promover um ambiente favorável e estimulante à inovação tecnológica, fortalecendo as economias regionais e gerando emprego, renda e qualidade de vida.

Porém, os conhecimentos acessados são essenciais à formulação de políticas públicas, planejamento, avaliação e gestão dos processos de mudanças econômicas, sociais e ambientais, e tracionando sinergicamente expressivos investimentos públicos e não governamentais em Ciência & Tecnologia compartilhada com o mundo rural. Entre janeiro de 2020 e setembro de 2022, o agronegócio brasileiro, incluindo Minas Gerais, contabilizou um superávit de US$ 381 bilhões nas exportações (Mapa).

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