Opinião

Polarização e fulanização

Polarização e fulanização
Crédito: Freepik

As últimas pesquisas de intenção de voto do Data Folha e do Data Tempo, mantêm as previsões de uma bipolarização entre Bolsonaro e Lula. Ciro Gomes sempre em terceiro e outros candidatos bem abaixo.

Lamentavelmente “fulanizaram” a política no Brasil, especialmente as eleições do ano que vem, em detrimento de um verdadeiro debate sobre a situação do País, um novo projeto que nos faça sair dessa prolongada grande crise que a pandemia só fez aumentar.

Sem educação-política-popular, com profundo envolvimento das escolas, dos veículos de comunicação e de todos os brasileiros, continuaremos a patinar na crueldade da “fulanização” da política, que cresce espontânea junto com a polarização. Em vez de cotejar projetos de políticas públicas, só discutem nomes dos pré-candidatos.

Os partidos políticos, hoje, são os primeiros a alimentar ambos os males: a “fulanização” e a “polarização” – ambas fruto de um abandono das grandes massas no País, presentes no interior rural e nas periferias das grandes capitais e cidades brasileiras.

Claro que a educação formal está a cargo das escolas públicas e privadas, instituições ligadas à orientação dos poderes estabelecidos, federal, estadual e municipal. O Estado e os veículos de comunicação têm a tarefa de zelar pela boa educação da “sociedade”, desde as crianças, passando pelos adolescentes e jovens até os adultos, inclusive os idosos.

Mas os partidos políticos não podem “lavar as mãos”, como instituições responsáveis pelo desenvolvimento das culturas de um povo, que luta pela vida e pela vida em abundância.

A obsessão pelo poder a qualquer preço, através de eleições e a corrupção, a meu ver, após a experiência de quase 60 anos de vida política, são a causa do desinteresse dos partidos pela educação e o crescimento integral das bases da pirâmide social. Se nem as bases partidárias têm recebido uma educação-popular direta de suas agremiações, quanto mais as bases da sociedade como um todo.

Vivemos um momento de alta “fulanização” na política. E de “polarização” inegável em torno de Bolsonaro e Lula. Isso não contribui para o crescimento do Brasil e impede sua população de aprofundar os reais problemas que afetam nossa  gente: grande crise que se arrasta, antes mesmo da pandemia, a crise sanitária, a inflação, a excessiva desigualdade social e econômica, a violência (que cresce), a miséria, o desemprego, a fome, a doença, o abandono da educação, da cultura e da espiritualidade.

Além da análise do presente, os partidos deveriam estar preparando um novo projeto de país para o pós-pandemia: sem “fulanização” e “polarização”, sem aumento de corrupção nas cúpulas e alienação das grandes massas humanas.

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas