Polarização irreversível

“Essa controvérsia sobre medicamentos contra a Covid precisa ser melhor aclarada”. (Antônio Luiz da Costa, educador)
• A essa altura do campeonato, a polarização, com relação aos resultados eleitorais, não desejada por várias lideranças de outras siglas, parece irreversível. A se levar em conta as avultantes pesquisas prévias junto a segmentos diversificados da opinião pública, o pêndulo das preferências populares oscila entre o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o presidente Jair Messias Bolsonaro. A chamada terceira via, envolvendo articulações conduzidas, entre outros partidos, pelo MDB e PSDB, agremiações políticas com o maior contingente de filiados, não vingou. A impressão que se tem é de que núcleos operacionais expressivos, de ambas as legendas, já teriam assumido compromissos com os candidatos de maior cotação, enfraquecendo, assim, o posicionamento pretendido visando a uma candidatura única conjunta.
A possibilidade de candidaturas avulsas, como, por exemplo, a de Ciro Gomes, ex-governador do Ceará, não parece, neste exato momento, com potencial suficiente para ameaçar a mais que provável liderança dos dois concorrentes do topo das preferências. As circunstâncias favorecem uma outra avaliação, de certo modo desassossegante. Indícios robustos dão conta de que, das hostes bolsonaristas, persiste ainda uma resistência ao acatamento do sistema eletrônico dos votos e isso poderá gerar alguma turbulência, por certo indesejável, mais pela frente, do processo eletivo. Seja consignado, mais uma vez que, na verdade, o sistema do voto eletrônico é reconhecido como modelar. Sua invulnerabilidade à fraude, ao contrário do que acontecia com as votações por cédulas, já foi universalmente atestada por órgãos de alta qualificação técnica.
Todas estas conjecturas são frutos de leitura dos acontecimentos atuais. Alguma alteração de um quadro assim traçado só poderá ocorrer por conta de imprevisibilidade. Uma outra coisa é absolutamente certa: o povo quer eleições tranquilas e transparentes. Nossa justiça eleitoral está altamente capacitada a coordená-las. Em primeiro de janeiro de 2023, o escolhido pelo voto soberano dos brasileiros deverá subir a rampa do Palácio do Planalto e receber os cumprimentos de praxe, sem exclusão, esperamos, de seu adversário. A posse terá que espelhar nossa pujança democrática.
• Dou-me conta, por onde circulo, de que a controvérsia em torno dos efeitos terapêuticos dos medicamentos utilizados no combate ao flagelo da Covid só tem feito crescer. Um bocado de gente, médicos incluídos, sustentam com convicção que as vacinas não oferecem a plena eficácia que se lhes é atribuída. De outra conta, muita gente, quantidade de médicos expressiva no meio, é de parecer que a Ivermectina, de elevado consumo apesar das contraindicações científicas, não ofereceria a nocividade de que tanto se fala. A ciência está no dever de ampliar as pesquisas, com o objetivo de fornecer um esclarecimento mais completo a respeito da candente questão.
• O açodamento sensacionalista da mídia, derrubando inadvertidamente um fato grave sem a devida apuração prévia, pode causar transtornos e desconforto sem conta. Vejamos esse episódio recente, que ganhou repercussão nacional, da menor de onze anos que teria sido estuprada. Como restou comprovado, não ocorreu estupro algum. A garota foi engravidada por um outro menor de treze anos, filho de seu tutor, morador da mesma casa onde residem, sendo que ambos são reconhecidos pelos familiares como namorados. Não houve, por conseguinte crime de estupro praticado por adulto, ao contrário do que chegou a ser amplamente noticiado. Imaginem só o desgosto que essa história mal contada ocasionou.
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