Opinião

Projeto de desenvolvimento e vontade política

“50 anos em 5!” (Proposta governamental do inesquecível JK)

– Vivemos no Brasil uma situação crucial. Reclama avaliações urgentes dos setores responsáveis pelas políticas de desenvolvimento econômico e social. O fim do chamado auxílio emergencial, instituído com o propósito de “aliviar a barra” de parcelas significativas da população nestes tempos da avassaladora pandemia, vai retirar de circulação algo em torno de 32 bilhões de reais a cada mês. Milhões de patrícios de baixa renda serão alcançados pelos efeitos negativos do corte dessa providencial ajuda. Grande a apreensão suscitada pela circunstância apontada. O declínio da atividade econômica é visível. Isso faz com que as perspectivas de abertura de novas frentes de trabalho não sejam nada alvissareiras. A hora pede reflexão e ação. Das melhores cabeças pensantes do País, dos dirigentes políticos, das lideranças empresariais espera-se sejam capazes de conjugar esforços e vontades em torno de medidas que amorteçam os impactos da problemática social  contundente e desafiadora. Não fica fora de propósito cogitar-se da possibilidade de espichar o auxílio emergencial por mais algum tempo. Enquanto isso, cuidemos de intensificar estudos, negociações para a elaboração, ardentemente almejada, de um grande projeto nacional de desenvolvimento, por exemplo, no espaçoso plano das infraestruturas. Um projeto que espalhe canteiros de obras Brasil afora. Com as invejáveis potencialidades de que é detentor, nosso País tem condições plenas de dar respostas mais rápidas às exigências nascidas de qualquer tipo de crise. Do que andamos, por aqui, carecendo, de verdade, não é de hoje – e não apenas por conta do flagelo do coronavírus –, é de grandes projetos com vistas à invasão do futuro, e de resoluta vontade política para executá-los. Para as conquistas do progresso, não precisaremos mirar, nem mesmo, em exemplos que cheguem de fora. O melhor exemplo a ser seguido está aqui dentro mesmo. Está registrado refulgentemente na história correspondente ao período governamental em que o Brasil foi presidido por um cidadão chamado Juscelino Kubitschek de Oliveira. Ele documentou ser possível a um país com as condições que o Brasil oferece, crescer 50 em 5 anos. Ou 40 em 4 anos.

– A aventura golpista de Donald Trump fracassou. O repúdio, pode-se dizer unânime, a sua tresloucada conduta deixou-o, de certo modo, isolado. Chefes de governo influentes, alguns bem próximos, largaram-no falando sozinho. Companheiros de partido passaram a não mais procurá-lo. Colaboradores proeminentes cuidaram de, como se diz no papo das ruas, “cascar fora” da “nau sem rumo” do timoneiro amalucado. Os veículos de comunicação, em vistosas manchetes, não param de relatar histórias da queda estrepitosa do demagogo populista que cometeu a ousadia inimaginável de desafiar valores institucionais democráticos enraizados no sentimento nacional do país, tentando espichar na “marra” o mandato.

Todas essas palpáveis evidências não eliminam cabalmente, todavia, por incrível que pareça, receios de que o mandatário em vias de “descalçar as chuteiras” ainda se sinta à vontade, até a hora da transferência de poder – cerimônia a qual não estará presente, como já anunciou – para articular alguma outra qualquer “proeza” de impacto. Não foi por outra razão, certeiramente, que alguns parlamentares andaram utilizando a tribuna do Capitólio para solicitar atenção e vigilância redobradas dos comandos militares quanto a alguma” eventual determinação extemporânea provinda da Casa Branca (ala manicomial), em que o presidente se refugia. 

A preocupação desses setores faz sentido. Em seus delírios demenciais, o personagem pode, sim, criar, de repente, um atrito bélico que provoque sobressalto geral. Afinal de contas, de um pretendente a Nero capaz de “peitar” a democracia, como Trump o fez, pode-se supor esteja apto a cometer outro atentado de características incendiárias, como não?

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas