Quando, como e por que investir fora do Brasil

Muito tem se falado em investir no exterior. Mas nem todo mundo entende as vantagens e desvantagens deste tipo de negócio. Um dos principais atrativos é a diversificação dos investimentos de longo prazo em moedas fortes em países que possuem inflação controlada e cenário econômico estáveis.
A instabilidade política histórica e alta carga tributária do Brasil, além da burocracia e outras barreiras de entrada a concorrência, fazem com que o País tenha a tendência a gerar uma depreciação maior da moeda ao longo do tempo. Isso pode ser observado quando o dinheiro nacional ocupa um valor nominal tão baixo que precisa ser trocado ou pareado artificialmente com o dólar.
A rentabilidade do dólar pelos índices da B3 em comparação aos índices da bolsa americana e canadense, por exemplo, refletem essa realidade. É óbvio – e necessário – que o investidor brasileiro tenha alguma parte do seu portfólio no próprio país com setores pujantes e atrativos como o agronegócio, imobiliário e educação. No entanto, é igualmente importante que seja protegido parte – ou até a maioria – do seu patrimônio com investimentos em setores e empresas sólidas.
As principais forma de se investir no exterior atualmente são através do mercado organizado, via B3, investindo em BDRs. Também é possível via bolsa de valores estrangeiras e através de fundos de investimento, abertos ou fechados, custodiados no Brasil ou em outros países.
O mercado dos Estados Unidos é sem dúvida o mais atrativo: a diversidade de investimentos que pode ser feito com qualidade, segurança e crescimento, especialmente no setor imobiliário.
O que torna o negócio sólido, além do mercado em si, são as escolhas que o investidor faz no momento da montagem do seu portfólio no longo prazo. O investidor qualificado possui algumas vantagens frente ao investidor pessoa física: o profissional pode buscar outros veículos de investimento diretamente em fundos montados no exterior. Os não qualificados podem investir nos BDRs e fundos abertos e fechados, listados ou não, e abrir conta nas corretoras estrangeiras.
Hoje em dia é simples abrir uma conta no exterior. Existem corretoras, nacionais ou estrangeiras, que são focadas em facilitar a vida do investidor brasileiro. A conta pode ser aberta eletronicamente e o envio de recursos e via TED, a uma taxa de câmbio razoável. É importante, no entanto, ficar atento no tipo de ativos oferecidos: há opções de investimento em bonds e em ações do mundo todo.
Além da diversificação em economias mais estáveis e moeda forte, o tamanho do mercado também é um fator relevante. Se olharmos apenas para o norte-americano, ele representa algo em torno de 35% do valor das bolsas do mundo. O canadense ocupa a última colocação entre os top 10, representando cerca de 2,5% deste mesmo valor, e o brasileiro, apenas metade deste.
Os fundos listados (ETFs) são ótimas opções também: existem de setores específicos, de fundos imobiliários (REITs) voltados para renda, shoppings, desenvolvimento, propriedades industriais. Além disso, é importante lembrar as ETFs de tecnologia, energia, semicondutores e varejo. É possível investir com qualidade utilizando a diversificação oferecida pelos ETFs.
Como em todo negócio, o investidor precisa estudar para entender as opções e a que se encaixa no seu perfil – e no seu bolso. Por conta da grande oferta, existem muitos ativos com alta volatilidade e que obtém resultados extraordinários no curto prazo, devolvendo tudo e mais um pouco logo em seguida. Mas ainda tem muita oferta que não vale a pena. É preciso ficar atento e se informar.
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