Realidade fantástica

“Tudo foi muito bem documentado.” (Coronel Uyrangé Hollanda)
A revista “Ufo” descreve o coronel Uyrangé Hollanda, dirigente da “Operação Prato”, como um militar impar. “Homem de fibra e resolução, que talvez tenha sido o único do mundo a passar pelas experiências vividas na Amazônia – justamente no comando de um programa oficial, não de uma aventura qualquer.” E que experiências, santo Deus!
Algumas passagens de seu depoimento, repassadas bem depois dos enigmáticos fatos vivenciados, só podem ser mesmo absorvidas por quem compartilhe conceitos de um pensador do porte de Teilhard de Chardin. Pois não foi esse sacerdote, de incomum sabedoria, que andou proclamando que, na escala cósmica, “só o fantástico tem probabilidade de ser real” e que, nessa escala transcendente, as coisas não são apenas tão fantásticas quanto a gente imagina, “mas bem mais fantásticas do que a gente jamais conseguirá imaginar”?
O coronel da Aeronáutica, ao relembrar as ocorrências documentadas, menciona a existência de “objetos cilíndricos do tamanho de prédios de 30 andares que se aproximavam a não mais de cem metros de onde estávamos.” Sublinha que as naves se interessavam pelas atividades dos pesquisadores. Conta: “Sabiam o que estávamos fazendo. Por exemplo, na Baía do Sol aconteceu algo peculiar. Na época, já estava terminando o ano letivo e muita gente ficava na praia à noite. (…) Umas 100 mil pessoas na orla, naquele fim de semana. No entanto, uma sonda veio para cima de nós, num lugar todo escuro, onde não havia mais ninguém. Ora, por que veio ao nosso encontro, na escuridão, se tanta gente estava ali perto, na praia?”
Recordando outra aparição, testemunhada também por integrantes do antigo SNI, ali presentes a convite como espectadores, Uyrangé anota intrigantes pormenores. “O pessoal do SNI não chegava. Tínhamos combinado 18 horas. Ficamos aguardando-os para a vigília. (…) Finalmente, chegaram e perguntaram se tinha acontecido algo. Eu brinquei, dizendo ter marcado para as 18 horas e eles só apareceram às 19 horas (…). Um deles fez então uma pergunta: – A que horas passa outro? Respondi que não sabia e que aquilo não era bonde para ter horário. Nesse momento, (…) um deles disse: – Olha aqui em cima, agora, olha para o alto. (..) Tinha um negócio enorme bem em cima da gente. (…) Um disco escuro, parado a não mais que 150 metros de altura (…). Fazia um barulho como o de ar condicionado. Parecia com o ruído de uma catraca de bicicleta. (…) Era grande, talvez com uns 30 metros de diâmetro. (…) Todo mundo ficou espantado. (…) Só nos restava ficar olhando, assustados, para aquela coisa que iluminava tudo com uma luz amarela, que ora apagava, ora acendia.”
Hollanda garante, no depoimento, que o aparecimento de óvnis nas áreas pesquisadas pela FAB era diário. O grupo chegou a classificar nove formas diferentes de objetos. Alguns eram sondas. Outros, naves grandes, das quais saíam objetos menores. “Filmamos tudo. (…) Tudo foi muito bem documentado.”
Outra constatação feita. “Histórias bizarras, como ataques de ufos a seres humanos, eram muito comuns. Isso nos assustava, deixando-nos preocupados e curiosos ao mesmo tempo.”
O depoimento, como demonstrado, é extenso e rico em detalhes. Fala também de estranhos seres luminosos e de abduções.
Alguns anos depois das revelações trazidas ao conhecimento público pelo coronel Uyrangé, a Aeronáutica deliberou liberar material de seus arquivos sobre discos voadores aos ufólogos civis. Não disponho de informação atualizada sobre os desdobramentos da medida anunciada. Avaliação mais aprofundada de toda a extraordinária história narrada pelo coronel, já falecido, proporcionará, com toda certeza, revelações ainda mais estonteantes, mais fantásticas do que a gente jamais conseguirá imaginar, como diria Chardin.
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