Opinião

Reconstruindo Minas Gerais

José Eloy dos Santos Cardoso*

Depois do desastre petista no Estado os mineiros estão preocupados, e muito, de como fazer para reerguer Minas Gerais da dívida pública estimada por alguns em 11 bilhões de reais.

Não podemos ficar eternamente deitados em berço esplêndido, sentindo a falta de serviços essenciais, de empregos, de salários em dia para todo o funcionalismo mineiro, etc.

Pequenos empresários tiveram que encerrar seus negócios, com um estado aloprado que reteve os recursos constitucionais dos municípios e, com isso e por tabela, também obrigou as prefeituras mineiras a postergar pagamentos, uma vez que a maior parte delas vive com os recursos das transferências.

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De certa forma, as pesquisas de opinião que dão como certa a vitória do empresário Romeu Zema, tem como vice Paulo Eduardo Rocha Brant, grande esperança de dias melhores. Em primeiro lugar, Brant foi presidente da multinacional Cenibra, diretor do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG) e consultor e colaborador direto do ex-presidente da Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) Olavo Machado Junior.

Na verdade, os governos federal, dos estados e dos municípios precisam de muito dinheiro e saber como gerar e gastar essa fortuna. Se não gerarem esses recursos, não terão como gastar. E a única maneira de se conseguir esse capital é através do desenvolvimento econômico. Minas Gerais perdeu a Fiat para Pernambuco, o polo acrílico de Betim, a indústria de amônia que seria construída em Uberaba e milhares de outras empresas que gerariam impostos e empregos.
Como conhecedor da economia mineira, participei ativamente de um organismo vital para o desenvolvimento de nosso Estado, a Cdimg, que foi absorvida erroneamente pela Codemig, deixou Minas Gerais sem prestar para valer os serviços de localização e atração de empresas, ao lado do Indi e da Cemig, que eram os principais sustentáculos da economia mineira nas décadas de 70 e 80.

Como Paulo Brant pode ser vice-governador e sendo conhecedor profundo da nossa economia ele deveria, no meu entendimento, colocar em nome do governador Zema, Silviano Cançado Azevedo na presidência da Companhia de Desenvolvimento Econômico de Minas Gerais (Codemig). Infelizmente, não temos nos dias atuais homens com entendimento de sobra e vontade como existiram no passado. Em segundo lugar, seria preciso a Fundação João Pinheiro produzir um novo diagnóstico da economia mineira nos moldes daquele produzido e divulgado em 1968 pelo BDMG. Sem um conhecimento detalhado do que está ocorrendo em Minas, corremos o risco de colocar recursos onde não devia e com as prioridades existentes. Temos que conhecer onde, em qual setor da economia e como deveria funcionar o novo planejamento mineiro que evitaria o desperdício de recursos escassos.

Sonhar não é proibido. Temos que esquecer os desgovernos e começar uma nova etapa do desenvolvimento de Minas Gerais. Bola para a frente, que atrás vem gente!.

* Economista, professor titular de macroeconomia da PUC-Minas e jornalista

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