Opinião

Respeito ao agronegócio

Respeito ao agronegócio
Crédito: Adobe Stock

O agronegócio fez mais, nos últimos dez ou vinte anos, que transformar o Brasil num dos principais produtores mundiais de grãos e proteínas animais, ganhando posição da maior importância na oferta de alimentos no planeta. A constante expansão do setor, construída muito mais pela produtividade que pela expansão das áreas cultivadas, representou também, em anos mais recentes, o principal sustentáculo da economia interna que, sem ele, teria enfrentado dificuldades talvez incontornáveis. Foi assim e o  processo sendo assim, com recordes de produção a cada nova safra e previsões, para o corrente ano, de que apenas a produção de grãos supere a barreira de 300 milhões de toneladas. Foram ganhos, sobretudo, de competência e de eficiência, colocando o País, também nesse quesito, entre os mais avançados da atualidade.

A todos os títulos é preciso entender, para destacar e suportar, a importância do agronegócio no País também na composição do PIB nacional, na oferta de empregos e incorporação de tecnologias avançadas. Inclusive na utilização de defensivos agrícolas mais avançados, substituindo em parte aqueles que implicam riscos para a saúde humana e animal, além do meio ambiente. São resultados e conquistas pelo menos embaçadas, nos últimos tempos, pela associação do agronegócio ao extremismo político de direita, que teria inclusive ajudado a suportar os acontecimentos do dia 8 de janeiro passado.

É preciso repor os fatos nos seus devidos lugares, evitando assim generalizações, que por natureza são sempre imprecisas e perigosas. Sim, existem produtores rurais, a maioria de pequeno porte, que ajudaram – talvez ainda ajudem – a suportar movimentos de direita, deles participando inclusive no Congresso Nacional, onde parte da chamada “bancada ruralista” tem esse perfil. Mas daí à generalização, como chegou a ser feito, imprudentemente e em mais de uma ocasião pelo próprio presidente da República, a distância felizmente é bastante grande. As grandes empresas que atuam no setor, responsáveis pela maior parcela da produção e papel decisivo na economia nacional, como dito anteriormente, não tem esse perfil, não tem nada que as associe aos movimentos mais radicais. Não podem e não devem ser confundidas, não têm por que carregar essa pecha tão injusta quanto imprópria.

Situação que também não deve servir para negar os avanços e a importância de sua contribuição à economia nacional, muito menos para reorientar de alguma forma políticas públicas, pondo em risco justamente o segmento que tem se revelado mais competente.

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