Rodoanel polêmico

A modernização do Rodoanel da Região Metropolitana de Belo Horizonte (RMBH) está virando uma questão polêmica e prejudicial, se não caminharmos para um consenso do Estado e dos municípios, especialmente do Vale do Paraopeba, em torno dos problemas causados pelo surgimento de dois pré-projetos: um original do governo do Estado com inúmeros questionamentos, dificuldades e vacilos, o que levou os municípios a elaborarem um projeto alternativo.
A população, especialmente os empresários e suas entidades representativas, os líderes comunitários e políticos precisam tomar consciência dos problemas que advirão se o projeto do governo do Estado for imposto de maneira autoritária. Belo exemplo está sendo dado pelos prefeitos das cidades atingidas, especialmente por Vittorio Medioli e Marília Campos, respectivos prefeitos de Betim e Contagem.
Publicamente, os prefeitos, unidos em torno de uma mesma causa, têm comentado falhas e ausências do projeto original e puseram a mão na massa sob a liderança de Vittorio Medioli, elaborando um projeto alternativo, que deveria ser bem conhecido e estudado pela população, especialmente pelas lideranças e instituições.
A primeira falha é propor um projeto do Rodoanel que passa por dentro de regiões urbanas consolidadas, dividindo-as. O Rodoanel deverá tangenciar as áreas densamente povoadas e não as cortar.
Além dessa, Medioli, empresário experiente e bem-sucedido e administrador público eficiente, vem mostrando outras falhas e ausências polêmicas.
Seria necessário evitar a interferência em milhares de quilômetros de rede de drenagem, de esgotamento sanitário, de distribuição de água, de energia, de fibra ótica, de acessibilidade às escolas, à saúde, às rotas de transporte coletivo, à mobilidade urbana (aumento do percurso e tempo de viagem, gastos com combustíveis, emissões de CO2).
Será que calcularam a desvalorização e os prejuízos econômicos aos empreendimentos existentes? Quanto sofrimento na demolição de milhares de residências, êxodo de milhares de famílias que construíram seus lares.
Terminamos lembrando o aumento de ruídos pelo trânsito incessante de veículos pesados em alta velocidade no meio de áreas densamente povoadas. Faltaria ainda citar a ausência da função de interceptar os veículos provenientes das BRs 381, 262 e 040, antes de entrar na zona povoada e urbanizada.
Que as autoridades federais e estaduais deem ouvidos à voz dos prefeitos, porque é no município que o povo vive – antes de pulsar patrioticamente o sentimento com o Estado.
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