Opinião

Roswell e a fábula do besouro

Roswell e a fábula do besouro
Em Fort Worth , o Major Jesse A. Marcel segurando fragmentos do balão encontrado em Roswell | Crédito: Reprodução/Philip Mantle

Cesar Vanucci*

“Os discos não existem, mas continuam voando” (Brigadeiro Guedes Muniz, em um encontro de Oficiais-generais, em novembro de 1954)

Nos artigos precedentes acerca do célebre “Incidente em Roswell” um marco histórico na crônica ufológica mundial. Aludimos ao significativo testemunho do médico Marcel Jr, filho do oficial Jesse Marcel, da Inteligência da Força Aérea Americana, personagem central da extraordinária ocorrência. Como já explicado, o filho do militar, ainda garoto em julho de 1947, confirmou o espantoso achado pelos militares, em um rancho localizado no deserto do Novo México, próximo à Base Aérea de Roswell. O achado em questão eram destroços de uma nave tripulada por estranhos seres de origem supostamente extraterrestre. O oficial levou para casa, mostrando aos familiares, fragmentos do material encontrado – uma liga metálica diferente de tudo quanto à tecnologia humana é capaz de conceber. Os fragmentos ostentavam insígnias desconhecidas. Até a sua morte em 2013, Jesse Marcel Jr, que ingressou na Marinha americana logrando alcançar a patente de coronel, sustentou, inclusive em livro, a versão de que seu pai viu-se forçado pelos superiores hierárquicos a desmentir o comunicado inicial emitido em julho de 1947 sobre o conteúdo verdadeiro do material recolhido no rancho. 

John Marcel, neto de Jesse Marcel, foi outro membro da família que adquiriu notoriedade como divulgador da história verdadeira, sem retoques e sem ludíbrios do acontecido. Como já contamos anteriormente, gravamos há mais de 20 anos uma entrevista com Jesse Marcel Jr, levando-a ao ar no antigo Canal Belo Horizonte (CBH) no programa “Realismo Fantástico” (que acumulou quase 400 apresentações sobre temas na linha esotérica). No depoimento, ele coloca tudo “em pratos limpos”, desfazendo a farsa do “balão metrológico”.

As circunstâncias que rodeiam o episódio de Roswell atestam gigantesco empenho de alguns círculos superiores da cúpula da governança mundial em ocultarem da opinião pública a história real dos “discos voadores”.  Em que pesem os tremendos embaraços e obstáculos criados para eclipsar casos ufológicos de autenticidade comprovada, revelam-se bem numerosas as vozes poderosas e qualificadas que se contrapõem a esse negacionismo persistente quanto ao que vem acontecendo em escala crescente mundo afora.  

Ocupo-me na sequência ainda deambulando pelas paragens utilizadas pelos Óvnis em suas insólitas aparições da fábula do besouro, contada pelo brigadeiro Guedes Muniz. Como salientado anteriormente, o brigadeiro, em um encontro na Escola Superior de Guerra por ocasião de momentosa palestra do então coronel João Adil de Oliveira, Chefe do Estado-Maior da FAB, reforçou os argumentos em favor da existência dos artefatos aéreos de origem não-terrestre. Esta, a fábula: caso é que os melhores especialistas em aeronáutica no mundo inteiro foram convocados a participar de um encontro com o feito de estudar a complexidade do sistema de voo do besouro. Examinaram com afinco a forma aerodinâmica do inseto, considerada tremendamente errada; sua superfície alar, espantosamente deficiente; sua potência para decolagem, reconhecidamente impossível. Depois de infinitos cálculos e demonstrações científicas exaustivas, chegaram à inabalável conclusão de que o besouro não tem condições definitivamente de voar. Mas como não se interessasse pelo conclave, não se inteirasse de suas doutas conclusões e nem tampouco acompanhava as notícias dos jornais, o besouro continuou a voar. Com os “discos”, segundo o brigadeiro, acontece o mesmo. Eles não existem, mas continuam voando.

* É jornalista. Contato: [email protected]

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