Opinião

Rumos da educação

Rumos da educação
Crédito: Reprodução Freepik

Herik Marques *

Venho acompanhando, por meio de leituras, as tendências e desafios para a educação em 2023. Nas pesquisas, dentre os vários resultados dois aparecem com frequência: o microlearning e a educação socioemocional. Ambas se apresentam como resposta a desafios contemporâneos, de uma sociedade que tem passado por mudanças cada vez mais rápidas. A alta exposição a informações e a falta de preparo para que os mais jovens lidem com todas elas acendeu um alerta importante para as escolas, de que o emocional dos estudantes é crucial para o desempenho acadêmico. Tudo está conectado. 

O microlearning consiste no ensino de conteúdo específico e de alto valor por meio de práticas de aprendizagem mais focadas e objetivas. Já muito utilizada na educação corporativa, tem se tornado cada vez mais uma realidade nas escolas, quando há necessidade de se resolver um problema pontual ou uma lacuna no ensino deixada pela pandemia. Além de atenuar o problema do ponto de vista acadêmico, também trabalha a motivação dos alunos, que não se veem mais perdidos em meio a um conteúdo que não entendem. Neste caso também trabalha-se a educação socioemocional, dando direção e acolhendo o aluno com alguma defasagem de conteúdo.

Uma abordagem de ensino tem ajudado no engajamento do estudante e na retenção do conhecimento adquirido por meio de metodologias práticas é o Steam, uma sigla em inglês que se refere à integração dos estudos de Ciências, Tecnologia, Engenharia, Artes e Matemática. Amplamente difundida em diversos países do mundo, como Estados Unidos, China, Austrália e Reino Unido, a abordagem da educação Steam tem gerado bons resultados quando o assunto é valorização do protagonismo dos estudantes e a aplicação de conhecimentos integrando habilidades de diferentes áreas. 

Implementada por meio de metodologias ativas, o Steam busca formar estudantes para resolução de desafios reais e que construam conhecimentos, apoiados pelo educador, de forma significativa. Nele, as carteiras enfileiradas dão lugar a trabalhos em grupo e até mesmo fora da sala de aula.

A Fundação ArcelorMittal tem direcionado seus investimentos na educação para iniciativas dentro da abordagem Steam. Promovemos programas de formação de professores em todo o Brasil, entendendo que eles são agentes de transformação. Professores bem preparados formam alunos interessados. O ano passado foi o primeiro no qual estruturamos uma estratégia para atender esta abordagem, e o retorno não poderia ser melhor. Os educadores que passaram pelos programas de formação em Steam e desenvolveram os projetos em sala de aula nos reportam melhoria no desenvolvimento de várias competências dos alunos como: pensamento crítico, criatividade e responsabilidade, por exemplo.

Pesquisando sobre as tendências para a educação em 2023, percebi que o Steam está extremamente ligado aos novos desafios de uma educação mais inclusiva e motivadora. E não somente àquelas citadas aqui, mas a tantos outros novos conceitos que vamos lidar na educação no ano que se inicia e nos outros que virão. O Steam se conecta ao futuro da educação e é preciso que nos preparemos para ele no presente. 

*Diretor superintendente da Fundação ArcelorMittal

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