Santa Casa, santa causa

MARIA ELVIRA SALLES FERREIRA*
É fácil entender o que a Santa Casa significa para a cidade e para Minas Gerais. Não muitas pessoas – mas, sim, uma minoria absoluta – podem pagar hospitais privados, planos de saúde sempre caros e outros meios e até buscar diagnósticos e tratamentos em São Paulo, Meca da medicina brasileira, ou no exterior.
A grande maioria dos brasileiros demanda a saúde pública, e por isso a Santa Casa é o símbolo emblemático dessa mesma saúde tão necessária ao povo.
A saúde pública está garantida em nossa Constituição Federal como direito ao atendimento garantido, conforme artigo 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”.
Uma análise das razões que levam o Brasil a não ter os índices ideais necessários à tranquilidade de sua população permite chegar a muitos fatores, com ênfase inegável à falta de cuidados preventivos, à desinformação de nosso povo, às verbas insuficientes e mal utilizadas por tantos motivos por nós já conhecidos, e que exigem que exerçamos permanentemente controle social e o monitoramento na luta por melhorias na nossa realidade visando aos índices de atendimento.
Sabemos do hercúleo esforço que é desprendido todos os dias na Santa Casa para oferecer o que de melhor existe e que se pode alcançar com seus recursos. Médicos, funcionários, voluntários, administração, todos os agentes que põem esta grande casa de 13 andares, com quatro grandes alas cada, um quarteirão inteiro com nove prédios anexos. Este lugar recebe pacientes de 80% dos municípios mineiros, líder no Estado em número de leitos pelo SUS.
O faturamento anual é de mais de R$ 450 milhões e só o governo estadual deve à Santa Casa R$ 30 milhões. São 37 mil internações por ano, 23 mil cirurgias anuais, 250 transplantes (referência hoje no Brasil), 22 mil sessões de quimioterapia por ano, 51 mil sessões de radioterapia, 100 pacientes de outros estados.
Os números são impressionantes. A Santa Casa é impressionante na sua liderança em Minas Gerais, líder nas cirurgias do aparelho respiratório, cirurgias do sistema nervoso central, cirurgia de mama e oncológica para pacientes de até 18 anos.
A Santa Casa BH foi criada em 1899, dois anos após a inauguração da capital mineira. É muito grande, é centenária, é vida e esperança de tantos e, mesmo que modestamente, resta-nos servi-la e trabalhar para que seja cada dia melhor e mais eficiente em seus resultados.
*Empresária e Conselheira da Santa Casa de Belo Horizonte
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