Ser multitarefa pode lhe custar caro

Seja no dia a dia do trabalho, seja resolvendo as questões pessoais, o termo multitarefa pode até ser visto como uma habilidade positiva. Mas a história não é bem assim. Se você acredita que ser multitarefa é sinônimo de produtividade, está enganado. Na verdade, esse pensamento só faz com que o profissional se ocupe mais, em vez de produzir melhor.
Você acredita que consegue acompanhar uma reunião e, ao mesmo tempo, checar uma mensagem no celular? Então precisa saber que ou estará com a atenção no que é dito pelos colegas e o seu cérebro não registrará o que lê, ou ficará focado no texto e não conseguirá gravar o que acontece na reunião. Isso gera uma perda de informação, que pode levar a uma falha de comunicação e levar a erros, provocando prejuízos, retrabalho e até mesmo uma demissão.
Além disso, à medida que você vai se tornando multitarefa, pode desenvolver alguns quadros como ansiedade, estresse, dificuldade de concentração e diminuição da produtividade. É importante lembrar que nós conseguimos fazer mais de uma coisa ao mesmo tempo apenas quando uma delas é um hábito ou uma habilidade que já temos, como dirigir, lavar louça ou andar de bicicleta.
A ideia de que nosso cérebro é multitarefa não passa de um mito – somente 2,5% da população pode ter essa capacidade, conforme estudo da Universidade de Utah, nos Estados Unidos. A neurociência já provou que não somos capazes de manter o foco em duas atividades simultâneas, se ambas exigirem atenção. Andar e falar ao celular, por exemplo, não é necessariamente ser multitarefa, pois essas são habilidades que não requerem tanta compenetração em ambas. Por outro lado, tentar escrever um artigo e, ao mesmo tempo, responder um e-mail, fatalmente vai comprometer a concentração, e nenhuma das duas ações será executada plenamente.
De nada adianta querer abraçar o mundo em suas demandas e deixar rastros de erros ou compromissos inacabados. Existem vários estudos comprovando que realizar várias tarefas juntas estimula a liberação de cortisol, o que afeta negativamente todo o organismo, desde a nossa capacidade mental até a densidade muscular. Sendo assim, foque naquilo que precisa e promova entregas sequenciais. Além de sua produtividade aumentar, sua vida será mais leve.
Por isso, busque mudar, mesmo que aos poucos, sua rotina. Afinal, a mudança é algo latente em nossa vida. É importante estarmos preparados para nos adaptar aos distintos contextos e cenários, especialmente no âmbito corporativo, mas se você já tem o perfil de uma pessoa multitarefa e isso lhe traz estresse e uma certa sensação de cansaço, pare e repense sua rotina. Se você está precisando fazer uma reciclagem de conhecimentos para a tratativa dos problemas que surgem ao longo do dia em sua posição, é interessante pesquisar temas correlatos à sua área de atuação ou que vá somar ao que já tem de bagagem.
É por meio do aprendizado que nos tornamos melhores, não apenas tecnicamente, como também em nossas competências e habilidades, as tão faladas soft skills. Várias são as opções de formação e complementação dos estudos disponíveis no mercado, e minha sugestão é sempre procurar temas variados, pois eles podem se conectar ao que você já tem de aprendizado. Existem, claro, alguns assuntos que na minha visão deveriam fazer parte do currículo de todo profissional, como por exemplo, oratória, marketing pessoal, finanças, planejamento, como se comunicar assertivamente e até mesmo meditação.
Por outro lado, é importante lembrar que, mais do que reunir conhecimento, é fundamental aplicá-lo com sabedoria. De nada vale fazer um curso de marketing pessoal e ser um líder mal-humorado e sem educação com seus liderados; não é verdade? Da mesma forma, investir em uma formação em oratória e ter problemas de comunicação é, no mínimo, estranho. O que quero dizer é que colocar em prática em seu dia a dia todo o ensinamento adquirido ao longo da vida é essencial.
As empresas estão em busca de profissionais diferenciados. E, aqui, falo daqueles que geram resultados, pois é para isso que você é contratado; não é mesmo? Aproveito para reforçar um ponto de extrema relevância para a competitividade de qualquer pessoa, que é a fluência no idioma inglês. Nesse aspecto, sou muito enfático: se você não domina a língua e está em dúvida se deve fazer uma pós-graduação ou estudar inglês, meu conselho será sempre o foco no idioma. Afinal de contas, ou você fala ou enrola.
Em resumo, se o profissional da atualidade não busca alguma formação de qualquer tema que seja há mais de um ano, é preciso acender o sinal de alerta, pois poderá se tornar obsoleto no mercado de trabalho. A boa notícia é que o mundo ficou mais digital e muitas instituições educacionais têm ofertado, on-line e gratuitamente, cursos de variadas temáticas. Lembre-se de que conhecimento é algo seu. E se você se identifica com o perfil multitarefa, buscar cursos alternativos que te conectem com um cenário de mais tranquilidade para executar seus afazeres e com menos ansiedade no dia a dia pode lhe trazer grandes resultados! Pense nisso.
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