Um 2023 sustentável
O contrário disso pode gerar um estado de incapacidade coletiva, resultando em perda de foco, medo e improdutividade. Quem dissemina o pessimismo deveria saber que há reflexos na motivação e na convivência. Potencializa-se o instinto da autopreservação e, com isso, a intensificação de conflitos. Dores emocionais não cuidadas tornam-se caminho curto para o adoecimento social. A degradação do bom clima organizacional vem a reboque do comprometimento da confiança, oportunizando a estimulação do que possa haver de pior – inclusive nos estilos de liderança – e em características da personalidade em geral. Uma pergunta a se fazer é: quem ganha com o pessimismo?
Outra reflexão que, especialmente as empresas precisam exercitar em tempos sombrios é: como evitar perdas – além das inevitáveis – se o cenário for de vacas magras? Se as áreas de recursos humanos parecem tomadas pelo mesmo espírito de insegurança e pela sensação de impotência que acomete todo o universo organizacional em um momento de crise ou transformam-se em recursos numéricos pela excessiva proximidade com a contabilidade, por onde passaria a solução? Quem dá o tom de uma empresa não é apenas uma área, mas boas lideranças, capazes de priorizar a serenidade até mesmo quando a colisão contra uma recessão econômica parecer inexorável.
Líderes que se autoconhecem, que têm pensamento sistêmico, exercitam a compaixão e os ideais coletivos não apenas se blindam contra o baixo astral como conseguem enxergar a variedade na quantidade para erguer as velas e ionizar o time, convencendo-o, mais rapidamente, que há um azul por trás do cinza. Assim, mantem-se as crenças da equipe em alta para que a situação não se torne ainda pior. Isso pode fazer toda a diferença quando a abundância está em baixa. Por isso, a escolha de quem responde por muitos requer uma reflexão criteriosa. E esta é uma das premissas de se apontar a importância do sujeito – individualmente – na dimensão central da Sustentabilidade (a Espiritual), especialmente em se tratando de um líder.
Se a qualificação técnica ainda parece determinante nas indicações para cargos de mando, os tempos prescrevem mudanças de mentalidade. E se no meio da maré baixa, onde a margem brinca de esconde-esconde com o preço e os clientes parecem mais fugidios que um luar de outono, centrar o foco no “custo a qualquer lucro” pode ser a equação ideal para o naufrágio. A riqueza humana jamais pode ser esquecida ou reduzida a custo fixo. Em um ambiente de tensão, dúvidas, boatos, agressividade ou insensibilidade, não florescem produtividade, inventividade e inovação. Embora simplista, a fórmula do êxito passa pela consideração do principal ativo da organização, multiplicado pela escuta diferenciada de uma boa liderança.
Aí pode residir a sabedoria da gestão. Mas, é crucial cultivar o hábito de se acumular créditos em tempos de fartura. Não em forma de bônus ou outras variantes da meritocracia. Mas de confiança, regente da melhor sinfonia relacional; de respeito, melhor fio condutor do trato humano; e de responsabilidade dosada com sensibilidade. Terreno fértil para aflorar a otimismo, que nutre a esperança, que fortalece a resiliência, que expande a autoeficácia. Quando o conjunto ergue as velas do pensar coletivo qualquer vento sopra como aliado da Sustentabilidade. E sigamos em direção a um Feliz Ano Novo, com otimismo, paz e conquistas sustentáveis!
Ouça a rádio de Minas
