Um ano de adaptações

Ronaldo Scucato*

Estamos nos aproximando de 2021 e o que vivemos este ano nos ensinou muito sobre a importância das adaptações. O que vem pela frente ainda não sabemos, mas encerramos este ciclo com a certeza de que seguimos o caminho certo. O novo coronavírus abalou as estruturas da humanidade de maneira definitiva, deixando o aprendizado de que nem tudo está sob controle e de que ninguém é dono da certeza absoluta.

Durante todos esses meses, repensamos nossas estratégias e relações de trabalho. Aprendemos a valorizar mais a vida e o outro, além de nos reconfigurar economicamente e, inevitavelmente, entendemos o quanto é preciso ser flexível para que as mudanças e os resultados aconteçam.

O ano está acabando, mas a reflexão, contudo, deve se manter ativa, aproveitando sobremaneira as experiências passadas e os insights do presente. Assim, acredito que estaremos melhor preparados para o futuro que se avizinha, considerando o exercício intelectual e emocional, que exigirá mentes e espíritos ágeis.

Talvez tenhamos que buscar novamente e com criatividade outras formas de configurar nossas relações de trabalho, outras estratégias e novas soluções. Mas faremos isso juntos, cooperando, focados no bem comum coletivo face às mutações irreversíveis. O cenário pandêmico exige adaptação rápida para não estagnar e, a partir dessas mudanças, não voltarmos mais para o mesmo lugar. Por um dado momento, as transformações trouxeram o desconforto da insegurança, porém nos indicam que é possível, em conjunto, superar situações inesperadas.

O virtual, as relações centradas nos aparelhos eletrônicos nos levaram a incontáveis experimentações tecnológicas. Participamos, ainda que remotos, de reuniões, webinares, lives, eventos, cursos e essa experiência confirma a viabilidade do hibridismo, da tecnologia e da interface humana, que certamente fará parte do nosso cotidiano de trabalho, realizações de negócios e capacitações de agora em diante.

Certamente todos preferimos o contato presencial, o calor humano, as salas cheias, mas por precaução ante um inimigo invisível aprendemos a sorrir e a nos comunicar também pelos olhos. A lição aprendida é que estamos conectados, que o chamado efeito borboleta atinge a todos e que juntos sempre seremos mais fortes.

Sonhamos e desejamos um 2021 com uma vacina contra a Covid-19 e com bastante saúde. Esperamos pelo retorno de nossas atividades de maneira presencial e com segurança. Ansiamos por uma sociedade mais cooperativa em todos os níveis, em prol do desenvolvimento, com crescimento e prosperidade.

Não temos como prever o futuro, mas seguimos confiantes nesse novo ciclo, certos de que o cooperativismo seguirá seu caminho como protagonista não só da recuperação da economia, mas principalmente na harmonização das relações humanas por um mundo melhor para todos.

*Presidente do Sistema Ocemg