“Um basta no ataque ao Agro que sustenta o Brasil”

Inicio minha reflexão com uma frase que resume muito: “Você já comeu hoje? Agradeça a um agricultor”.
Aquele que tem “chapéu na cabeça e botina no pé” luta contra tudo e contra todos para colocar o alimento à mesa. Atravessa incertezas, seja no acesso ao crédito, seja enfrentando intempéries e adversidades. O agricultor tem sofrido em suas organizações de representação de segmentos agropecuários e de produção ataques frequentes, e o que é pior, reina a impunidade no freamento a esses vândalos e criminosos.
Fatos ocorridos no dia 14 de outubro último, em Brasília, mostram que estamos sob verdadeira ameaça. Senão, vejamos:
Três entidades privadas, representantes do Agronegócio, que dividem o mesmo prédio em Brasília, foram invadidas e vandalizadas por gente ligada ao MST – Movimento dos Sem Terra. A sede da Aprosoja (Associação dos Produtores de Soja do Brasil), Abramilho (Associação dos Produtores de Milho) e a Abrass (Associação dos Produtores de Sementes de Soja), tiveram sua sede comum destruída em plena luz do dia. Os agressores não se preocuparam em disfarçar sua identidade e foram filmados vandalizando o edifício, por dentro e por fora. Não se limitaram a pichações externas: invadiram e destruíram as instalações dessas entidades. Um dos representantes dos agressores proferiu a seguinte declaração pública: “essa é uma demonstração de como tratar o Agronegócio”. Esse seria apenas o começo de uma série de ataques. E uma amostra do que virá. Parece claro: o Brasil entrou na era de uma espécie de terrorismo e o alvo é o Agronegócio. Sequer esperaram pelas eleições. Decidiram agir imediatamente, talvez como forma de intimidação. Onde pretendem chegar?
Não é a primeira vez que o MST promove invasões e depredações, em propriedades públicas e privadas, inclusive em institutos de ensino e pesquisa agrícola. Mas parece que escalaram um novo patamar: a promoção da destruição pura e simples, sem procurar alcançar nenhum ganho específico. Buscam apenas causar o terror, o temor e a intimidação. Em muito se assemelham aos objetivos de outros movimentos e ações terroristas. O fato de o fazerem sem qualquer cuidado, à luz do dia, adiciona ainda mais preocupação. O silêncio de muitos diante desses fatos, e a aparente indiferença das autoridades, até o momento, traz ainda mais dúvidas e apreensões. Considerariam “normal”, ou aceitável, tal tipo de comportamento?
Afinal, como merece ser tratado o Agronegócio? Merece ser julgado, condenado, hostilizado e atacado por um bando de arruaceiros? Seria isso que merece, por ter se tornado a única atividade econômica do Brasil que viceja e prospera, apesar das crises variadas que sofre nosso País? Mereceria esse tratamento por seus méritos? Por garantir o superávit na balança internacional de pagamentos? Por alimentar meio mundo? Ao fim e ao cabo, temos algo parecido com a descrição de Ayn Rand, em seu livro “A Revolta de Atlas”. Nessa ficção clássica, a autora descreve uma realidade distópica, orientada por noções ideológicas, onde os que prosperam e trabalham são punidos, perseguidos e marginalizados. Em alguns países isso já ocorreu – e ainda ocorre. Será esse o destino que nos aguarda.
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