Opinião

Um livro escrito por corações amorosos (I)

Um livro escrito por corações amorosos (I)
Crédito: Pixabay

«Erigir o Ser como meta» (Klinger Sobreira de Almeida)

Acaba de sair do prelo, como era de costume dizer-se em tempos de outrora, o livro “Rastreando a verdade (crônicas, sonetos e acrósticos)”, de autoria de Klinger Sobreira de Almeida e Silvia Araujo Motta. O prefácio que redigi para a publicação é reproduzido, em dois tempos, na sequência.

“Um livro escrito por corações amorosos. Essas pessoas valorosas que fazem parte do mundo invejável dos corações amorosos! Quão fecunda é sua contribuição para a edificante causa da construção humana!

Com seus ditos e feitos bebem inspirações nas fontes da sabedoria humanística. Ajudam a conservar acesas a fé e a esperança em tempos melhores para todos. E quando, então, além de tudo isto – como no exemplo de Klinger e Sílvia -, resolvem estampar em livro crenças e vivências enriquecedoras, é que melhor e com maior nitidez se delineia sua benfazeja condição de semeadores de bons frutos. Frutos que permanecem, consoante a fala evangélica.

O livro «Rastreando a verdade – crônicas, sonetos, acrósticos», escrito a quatro mãos entrelaçadas de amorosidades por Klinger Sobreira de Almeida e Sílvia Araújo Motta, é uma proclamação de confiança no destino superior do ser humano. Enfeixa, numa prosa escorreita e agradável e versos impregnados de lirismo, reflexões substanciosas sobre a aventura humana.  No caso desta publicação, o trepidante jogo da vida, com os atributos e imperfeições, falácias e criações inerentes aos indivíduos e grupos comunitários, é visto sob enfoque harmonizado com saberes de linha filosófica transcendente. Ou seja, conhecimentos de origem espiritual, remontando às nascentes límpidas e cristalinas da jornada existencial. Fica bem visível, para os leitores identificados com os valores humanísticos e espirituais, que os autores se esmeram em oferecer orientação e sinalizar rumo para várias candentes questões de nosso inquietante cotidiano. São impulsionados, na lida desenvolta da palavra, à explicar com recomendações de caráter propositivo o significado da vida. Percebe-se sintonia fina entre aquilo que magistralmente verbalizam com uma impecável manifestação de Raul de Leoni. Aquela em que o poeta nos brinda com esta definição: «o sentido da vida e o seu arcano é a aspiração de ser divino no supremo prazer de ser humano». A variedade dos assuntos abordados, em narrativas que ganham às vezes feição de fábulas, revelando dos autores estilo primoroso de contação de história, coloca-nos diante de um painel de revelações atualizadas sobre os desafios, padecimentos, angústias confrontados pela sociedade nesta etapa perturbadora da marcha civilizatória. Para cada problema anotado, nos diferentes capítulos da obra, lá está primeiro em prosa, depois em verso, uma considera.ção, uma ponderação, um aconselhamento, calcados em lições hauridas em plano consciencial elevado.

A posição dos autores pode sugerir, num que outro momento, um propósito doutrinário. Laborará, todavia, em ledo engano quem disso inferir tratar-se de exposição de ideias ancoradas em dogmatismo rançoso. Na vibração dos esplêndidos conceitos expendidos, nas afirmativas peremptórias, revestidas de generosidade e espírito solidário e cordial, avultam dois perfis contrapostos ao imobilismo social, ao radicalismo ideológico, e que se exprimem num idioma ecumênico.

O prosador e a poeta sabem muito bem, trazendo da teoria para a prática o soberbo pensamento de Bergier e Pauwels, que o espírito humano é que nem o paraquedas, só funciona aberto.

O livro de Klinger e Sílvia é repleto de rutilantes conceitos. Os aparelhos de percepção pessoal do leitor mais atento se incumbem, em dados momentos de levá-lo a captar sons – diríamos – melodiosos entre o que é propagado em prosa e repicado em versos.

Aqui estão amostras bem expressivas. (A conclusão do prefácio será estampada no próximo artigo).

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