Um livro escrito por corações amorosos (II)

«Radicalismo faz gerar rancores» (Sílvia Araújo Motta)
Abaixo a conclusão do prefácio que fiz no livro “Rastreando a verdade”, de Klinger Sobreira de Almeida e Silvia Araújo Motta.
“Reportando-se ao «Caminho do Meio», recomendado nas prédicas dos Mestres, os autores assim se pronunciam, em prosa e verso:
«O Caminho do Meio implica em desapego. Ter sem escravizar-se; erigir o Ser como meta. Se o poder, a glória e a riqueza lhe acontecem, atentar que estes não o acompanham ao final da travessia fugaz. Assim, não se inebrie; caso contemplado com as benesses do mundo, administre-as como posseiro de Deus, visando ao bem comum. Alcançado o pico da trajetória humana, cabe-lhe erradicar o egoísmo e o orgulho, e cultivar os valores da humildade e gratidão. Sim, gratidão a Deus e ao próximo». (…)
«O Caminho do Meio – senda da felicidade – está sempre aberto ao viajor terrestre. Seu acesso é factível à proporção que nos elevemos consciencialmente». Já o soneto interpretativo diz o seguinte:
«Caminho do Meio –A senda da Felicidade
Há uma Verdade nesta Lei Regente/do Criador na Luz, sem trevas/dores:/
A Mão de Deus aberta em nossa mente/é generosa ao mundo, tem valores./
Nada de extremos, pois a Mão luzente/sábia se fecha ao Mal dos seus «senhores»/não há ascensão do Ser na trilha e sente:/
Radicalismo faz gerar rancores. /
Errar, cair, sofrer, subir ao monte/
da evolução que ao homem faz crescer! /Trilha do MEIO, livre-arbítrio traz. /
Em Cristo, Buda, Okawa… bela Fonte:/
A Fé no túnel faz Amor nascer. / Felicidade é senda para a Paz.»
Mais dois, entre outros, sugestivos conceitos: “Humildade – defluente do Amor – é estágio de acentuada elevação consciencial.
…Todos que, na travessia terrena, chegaram à plenitude do êxito, quaisquer que tenham sido seus campos de atuação, caracterizaram-se pela humildade. Foram fortes moralmente e respeitados, mostraram sabedoria e exerceram liderança». .
«Perseverança – Estrela Guia do ÊXITO. A assimilação da perseverança, como valor de caráter, deve compor o espectro educacional do indivíduo a partir da infância. Se assim for feito, estamos forjando cidadãos para a vida. Seres humanos úteis na construção de uma humanidade de elevado nível consciencial. Seres que, tendo por estrela-guia o êxito, não fogem, não fracassam, nem se corrompem».
Em página que toca fundo a emoção, Klinger faz registro enternecido à memória de sua mãe Nelsina, «supermulher, sustentáculo do lar», descendente da etnia Puri.
Sobre os autores importa salientar ainda ser ele, Klinger, militar aposentado no posto de Coronel da respeitada Polícia Militar de Minas Gerais, com irrepreensível folha de serviços no exercício de relevantes funções de comando; membro e ex-presidente da Academia João Guimarães Rosa da PMMG; conferencista renomado, autor de obras técnicas, vinculadas à formação profissional, e de trabalhos literários bastante apreciados; em suma, um intelectual de presença refulgente no cenário mineiro.
Sílvia, sua esposa, educadora é figura de realce nos meios culturais graças à sua condição de romancista, poeta, poliglota, artista plástica, compositora, com atuação em trabalhos sociais. É aclamada como autora de mais de dez mil poemas-acrósticos e de quarenta e sete livros.
É fácil depreender, pelo enunciado, que a história de vida dos escritores e o conteúdo de sua obra comportam referências enaltecedoras de maior amplitude, sem qualquer vislumbre de dúvida. Acontece, porém, que o prefácio de um livro não deve passar tão somente de simples «tira-gosto» ou «aperitivo» antecedendo – como sucede agora – lauto e apetitoso banquete de ideias. Pelo que, vou parando por aqui. Ocorre-me tomar emprestada recomendação de Santo Agostinho sobre um livro de sua especial apreciação: «Tolle, lege»
Concluo, então, o prefácio do livro de Klinger e Sílvia, dizendo:
Pegue-o e cuide de lê-lo.
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