Opinião

Um processo de demissão sempre gera aprendizados

Um processo de demissão sempre gera aprendizados
Crédito: Carmine Furletti

No intenso processo de construção da carreira, que não é algo fácil, dedicação e assertividade são ingredientes essenciais para quem quer ter relevância no âmbito corporativo. A postura das pessoas é observada em todos os momentos, seja por pares e liderados, seja pelos líderes, de modo que tudo que é feito ou falado vai deixando marcas e revelando quem elas são como profissionais. Por isso, enquanto muitos se preocupam excessivamente com o futuro, vale ressaltar que o hoje é o mais importante e definirá onde estaremos daqui a alguns anos. Nesse sentido, é essencial ter atenção ao comportamento em uma demissão, para não comprometer sua credibilidade. E, principalmente, aprender com essa experiência.

O assunto é relevante, uma vez que, com as constantes reestruturações que têm sido promovidas pelas empresas, diminuindo o número de pessoas e mantendo a busca por mais resultados, ser demitido é uma situação que pode acontecer com qualquer colaborador. Além disso, aceitar a dispensa não é simples. No entanto, mesmo nessa circunstância, é preciso cautela para preservar a imagem profissional bem gerenciada, ou seja, manter a boa percepção das suas competências e personalidade, construída ao longo do período em que trabalhou na organização.

Assim, todo cuidado é pouco. É comum as pessoas extravasarem o sentimento de raiva ou frustração, após serem demitidas, principalmente falando mal da antiga empresa ou do ex-líder. Essa atitude não é aconselhável, mesmo que existam motivos para tal, pois esses comentários dizem muito sobre você. É fundamental entrar e sair de uma empresa pela porta da frente, o que significa passar por esse momento de forma respeitosa. Isso é fundamental para assegurar a imagem e a credibilidade que conquistamos e para que possamos nos apropriar de ex-pares, ex-líderes e ex-liderados como referências aos futuros empregadores. Lembre-se de que essa fase é transitória. Manter a calma, ter autocontrole e deixar a mente ocupada são atitudes essenciais.

Também é oportuno usar essa experiência para analisar os motivos que levaram a ela e, se for o caso, repensar algumas atitudes. Seu desempenho ficou a desejar? O que poderia ter sido feito diferente? Houve falta de algum conhecimento técnico ou da fluência no idioma inglês? Primeiramente, tente obter informações do seu líder e da área de Recursos Humanos sobre as causas para a sua demissão. É possível que tenha ocorrido em função de uma redução estrutural, o que tem sido muito comum hoje em dia, mas pode ser porque você não estava entregando seus resultados, apresentava alguma postura inadequada e até devido a um déficit de determinada competência ou habilidade.

Há, ainda, outro ponto que, em diversos casos, leva ao desligamento de profissionais, mas passa despercebido na rotina de trabalho. Ao invés de buscar apenas os projetos e resultados fabulosos, atente-se para as pequenas ações, que são, igualmente, muito relevantes. Esse discurso é legal, mas a prática nem sempre é feita por uma boa parcela das pessoas. É exatamente aí que começam os problemas no ambiente organizacional. Do estagiário ao presidente, muitos são demitidos não por falta de qualificação ou de conhecimento técnico, mas, sim, por questões que são elementares – ou deveriam ser. Ao subestimar o básico ou clichê, acabam cometendo erros graves, inclusive, gerando prejuízos à empresa.

Portanto, diante de todas essas informações, quem entra em uma lista de corte de pessoal precisa agir com inteligência emocional e aproveitar o momento para refletir sobre a carreira. Usar as avaliações para redesenhar a trajetória profissional, bem como para definir o que deve ser ajustado para a retomada. Vale ressaltar que, em um processo de demissão, alguém foi escolhido. Se foi você, é bem provável que tenha algo a melhorar. Então, fique atento a isso para não ocorrer novamente em seu próximo emprego.

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