Uma questão (bastante) tóxica

“Em 2020, meio milhar de “novidades”, em matéria de agrotóxicos, foram liberadas no Brasil.” (Dos jornais)
• Os ambientalistas advertem: o emprego de agrotóxicos no Brasil já ultrapassou todos os limites suportáveis. Nas mesas de refeições, afiançam, aportam todos os dias resíduos tóxicos que fazem muito mal à saúde.
No ano de 2020 o País bateu mais um desagradável recorde no tocante à liberação de quantitativos de produtos contendo substâncias nocivas despejadas na atividade agrícola. Registros confiáveis atestam que foi o quinto ano consecutivo de crescimento exagerado no lançamento, nestas bandas, de novos pesticidas. Somam 493 as “novidades” oferecidas, no período, pelos fabricantes.
A propósito do excesso de artigos, fontes do Ministério da Agricultura asseveram que “apenas” 9, dos produtos liberados, englobam ingredientes que ainda não vinham sendo usados regularmente por aqui. Anotam, também, que a maioria é de genéricos, que encerram na fórmula substâncias de há muito introduzidas no mercado. Especialistas rebatem essas alegações. Sustentam que, genéricos ou não, as mercadorias oferecem riscos incalculáveis à saúde. A circunstância de serem genéricos – acrescenta-se na crítica dos ambientalistas – não alivia coisíssima alguma a carga de toxidade. Acresce observar, ainda – explicam especialistas – que o próprio Ministério da Agricultura admite que os produtos liberados recentemente, ou “são perigosos”, ou “muito perigosos” até, para o meio ambiente. Determinadas marcas foram banidas noutros lugares, mormente na União Europeia, pela nocividade apresentada. Por outro lado, existem pesquisas indicando, com base em dados do SUS, que na última década 60 mil pessoas foram conduzidas aos postos de saúde com sinais de intoxicação causada por pesticidas. Dessas, 542 eram bebês com menos de um ano. Das revelações feitas consta que o número de óbitos chegou a 1.832. Taí uma questão a mais de elevada toxidade a afligir a gente brasileira. Tá danado!
• Vêm se fazendo frequentes, ultimamente, no panorama internacional, registros negativos acerca das políticas públicas executadas no Brasil. Isso – é óbvio – afeta enormemente a imagem de nosso País lá fora, com danosas consequências. As colossais queimadas fora de controle, notadamente na Amazônia, o preocupante declínio dos índices de desenvolvimento humano, provocado por ações ou omissões no gerenciamento político e administrativo, já renderam e continuarão a render críticas acerbas, polêmicas de ressonância intensa. Indagora, em razão da crise sanitária, outra avaliação depreciativa, envolvendo o Brasil, é trazida a lume, por mais um organismo mundial. O “Lowy Institute”, da Austrália, aponta o Brasil como o país que oferece a pior gestão pública face à pandemia. A pesquisa avaliou o desempenho, no processo de combate à Covid-19, de 98 países. O estudo levou em consideração os seguintes critérios: casos confirmados; óbitos; casos e mortes por milhão de habitantes; diagnósticos em relação à proporção de testes e exames feitos a cada mil pessoas. Os dados dizem respeito a material coletado durante as 36 semanas posteriores à notificação de mil casos de contaminação. México, Colômbia, Irã e Estados Unidos também receberam notas baixas na classificação de “performances insatisfatórias”. Mas foi o Brasil que acabou ficando mesmo com “a lanterninha”, como se diz no proseado futebolístico, na indigesta competição. Na outra ponta da lista, a Nova Zelândia desponta como o país que melhor soube lidar com a tormentosa questão. Nosso país registra 42 mil casos e 1.048 mortes por milhão de habitantes. Já a Nova Zelândia acusa 5 mortes a cada milhão de pessoas. É o que vem informado no relatório.
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