Umas e outras

“Somente Deus o nosso mundo pode salvar.” (Paulo Verdão, poeta)
• Teto orçamentário. Atraindo cáusticos comentários nas esferas financeiras, acerbas críticas dos políticos, empresários e líderes classistas, provocando numerosos pedidos de demissão nos quadros diretivos no Ministério da Economia, o presidente Jair Messias Bolsonaro, ladeado por Paulo Guedes, fiel escudeiro em matéria econômica, anunciou aos quatro ventos que irá transpor o teto dos gastos públicos alvejando em cheio, via de consequência, as normas constitucionais. Deu-se ao trabalho de explicar, em tom cerimonioso, que a transgressão se dará de forma respeitosa, com muita seriedade. Ora, veja, pois!
Se a memória não está a fim de me trair, um argumento de forte peso utilizado no processo de deposição de Dilma Rousseff da Presidência foi justamente essa questão da extrapolação do teto orçamentário.
• Vacinação e Aids. Reproduzo trecho de notícia divulgado na “Folha de São Paulo” a respeito de inacreditável fala do presidente Jair Messias Bolsonaro nas redes sociais associando vacinação contra Covid-19 ao risco do paciente contrair Aids: “Em sua live semanal, o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) leu uma suposta notícia que alertava que, “vacinados (contra a Covid-19) estão desenvolvendo a síndrome de imunodeficiência adquirida (Aids). Na noite de domingo, Facebook e Instagram derrubaram o vídeo.”
• Angústia do mundo. Numa magistral declamação de Maria Armanda Capelão, festejada poetisa e escritora, em sessão literária na Amulmig, ouvimos pela primeira vez, o magnífico poema “SOS para o mundo” de Paulo Verdão, professor universitário e advogado. Estes os versos. “Eu sinto a angústia do mundo / nos extremos das intempéries, / nas noites enfumaçadas / nos céus urbanos sem estrelas…// Eu sinto a angústia do mundo / nas geleiras desprendendo-se dos polos, / nos vulcões vomitando cinzas quentes / na mortandade dos peixes / em águas poluídas…// Eu sinto a angústia do mundo / nas vozes dos povos oprimidos, / no apito lúgubre das fábricas / nos vídeos das tvs / nas telas dos cinemas…// Eu sinto a angústia do mundo / nas manchetes dos jornais, / na literatura de protesto / no teatro de arena nas canções dos festivais…// Eu sinto a angústia do mundo / nas promessas dos políticos, / nos partidos que sobem / nos governos que caem / nos horrores do terrorismo…// Eu sinto a angústia do mundo / nos ministros religiosos que apostatam, / nas prédicas dos pastores / na homilia dos párocos / nas lições dos professores…// Eu sinto a angústia do mundo / no sussurro das favelas, / no cochicho das lavadeiras / no acalanto das mães / no desentendimento dos pais / na rebeldia dos filhos / nos esposos que se traem / nos assassinios de mulheres.// Então eu sinto, / uma dor imensa que me invade / e me prostro de joelhos / com vontade de rezar / porque Deus, / somente Deus / o nosso mundo pode salvar.”
•Turfa. As termelétricas utilizadas emergencialmente na complementação do abastecimento utilizam fontes energéticas variadas. Pergunto: Faz sentido imaginar o emprego da turfa? Relembro: No Triângulo Mineiro, tendo como polo o município de Uberaba, segundo constatação pela Metamig há quase meio século, existe a maior concentração de jazidas de turfa do Brasil, nunca, jamais, em tempo algum, explorada.
• Pátria Amada. “Pátria amada não quer dizer pátria armada. Não quer dizer, pátria da corrupção. Não quer dizer pátria das fake news.” Por ter falado o que falou na homilia da celebração eucarística realizada na Basílica de Nossa Senhora Aparecida, no dia da Padroeira do Brasil, o arcebispo de Aparecida, Dom Orlando Brandes, foi colocado na alça de mira dos milicianos fundamentalistas. O tiroteio verbal alveja o ilustre prelado e também o Papa Francisco gloriosamente reinante. O pessoal da “terra plana” sonha com um mundo permissivo que garanta aos belicosos de carteirinha saírem nas ruas com um revólver e cinturão de balas, igualzinho é mostrado nos filmes de faroeste.
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