Opinião

Umas e outras (II)

Umas e outras (II)
Crédito: Reprodução

“A Academia se prima pelo respeito à ciência e a democracia, opondo-se de modo contundente e inegociável à truculência, a ignorância e a ditadura”. (Rogério Faria Tavares, Presidente da Academia Mineira de Letras.)

A Academia Mineira de Letras promoveu em Ouro Preto uma bela cerimônia comemorativa de 150 anos de nascimento de Alphonsus Guimarães e do centenário da revista da instituição, onde são publicados periodicamente trabalhos de seus associados e de outras figuras representativas da intelectualidade brasileira. O jornalista Rogério Faria Tavares, dinâmico presidente e o prefeito de Ouro Preto, Ângelo Oswaldo, ilustre integrante da AML, brindaram o público presente com magistrais pronunciamentos, contendo sugestivas informações a respeito da vida e obra de Alphonsus Guimarães. Aludiram também, com muita ênfase, debaixo de calorosos aplausos, ao momento político vivido pela nação brasileira, exaltando os valores democráticos e condenando com veemência, as arremetidas contrárias ao sentimento nacional e as liberdades públicas.

James Mercer Langston Hughes, recentemente citado em artigo aqui estampado, foi um poeta negro estadunidense que se destacou na luta pelos direitos civis em seu país. Nasceu em 1º de fevereiro de 1901 e faleceu no dia 22 de maio de 1967. Reproduzimos abaixo uma das versões de seu famoso poema “Sou Negro”, largamente difundido nas campanhas dos movimentos negros norte-americanos contra o racismo:

“Sou Negro:

Negro como a noite é negra, Negro como as profundezas da minha África.

Fui escravo:  Cesar me disse para manter os degraus da sua porta limpos.

Eu engraxei as botas de Washington.

Fui operário:

Sob minhas mãos ergueram-se as pirâmides.

Eu fiz a argamassa do Woolworth Building.

Fui cantor:

Durante todo o caminho da África até a Georgia carreguei minhas canções de dor.

Criei o ragtime.

Fui vítima:

Os belgas cortaram minhas mãos no Congo estão me linchando agora no Mississipi.

Sou Negro:

Negro como a noite é negra.

Negro como as profundezas da minha África.” (Traduções de Leo Gonçalves)

Creio satisfazer com estas informações a curiosidade da leitora Marta Dias sobre o personagem.

A grande maioria dos diretórios regionais do PMDB já se posicionou a favor da candidatura de Lula à Presidência da República, muito embora o partido haja lançado oficialmente a senadora Simone Tebet como aspirante ao cargo. Nada a causar espanto. O PMDB continua sendo o PMDB de sempre. Quando Ulysses Guimarães, uma liderança carismática e simbólica, concorreu à chefia do governo, a “cristianização” se deu da mesma forma…

Algum tempo atrás, já em curso acelerado o flagelo da Covid-19, cientistas de grande projeção mundial prenunciaram a chegada, a este sobressaltado planeta, de novos surtos pandêmicos em condições de aumentar ainda mais a carga de temores e aflições das populações. O noticiário nosso de cada dia revela, agora, que irrompeu em diversas paragens do mundo uma nova ameaça sanitária a que se deu a denominação de “varíola do macaco”. Só no Brasil já foram contabilizados quase mil casos de infecção, a maior parte deles no estado de São Paulo. Uma incômoda indagação começa a ganhar forma: a “varíola do macaco” já seria uma das indesejadas pandemias anunciadas?

A recente entrevista de Ciro Gomes à Globo News deixou no espírito de muitos telespectadores a sensação de que o candidato do PDT à Presidência reúne potencial suficiente para crescer nas pesquisas pré-eleitorais. Ele demonstrou incomum fluência verbal e conhecimento de causa nas questões abordadas, além de ser possuidor – isto também ficou evidenciado – de um programa de governo. As circunstâncias do momento indicam, todavia, possa ele quebrar a polarização estabelecida entre os candidatos Lula e Bolsonaro.  Ciro criticou severamente os dois competidores citados, afirmando que na hipótese de haver um segundo turno envolvendo esses contendores, dará seu voto ao líder petista, em que pesem as sérias ressalvas nutridas a seu respeito.

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