Opinião

Você já planejou sua carreira para 2022?

Você já planejou sua carreira para 2022?
Crédito: Carmine Furletti

Em minha atuação como headhunter, o famoso caça-talentos, tenho contato diário com inúmeros profissionais e percebo que muitos deles têm adiado o plano de carreira. Quando se dão conta, os meses se passaram; anos se foram. E quanto mais tempo demoram, mais dificuldades encontram para retomar o controle da situação. Esse assunto é de vital importância, mesmo porque você deve concordar comigo: parece que a vida está mais acelerada. No entanto, eu tenho uma boa notícia: antes tarde do que mais tarde! Ou seja, caso se sinta “perdido” profissionalmente, é hora de parar, refletir e desenhar novos caminhos.

Para isso, em primeiro lugar, é preciso entender que construir uma trajetória de êxito não é simples nem fácil. Exige muita cautela, planejamento e, sobretudo, ação. É essencial assumir o controle das próprias atitudes, desenvolver o tão falado protagonismo e dar o direcionamento necessário para os próximos passos. Nessas reflexões, bem apropriadas para o final de ano, pode-se, inclusive, decidir mudar de profissão, algo que tem sido um movimento cada vez mais natural e possível, desde que o profissional esteja preparado.

Neste caso, um ponto fundamental é a reserva financeira. Afinal, como bancar uma redução salarial, em um momento inicial, por exemplo, sem se precaver nesse aspecto? Depois, aparece a flexibilidade, uma vez que, talvez, seja necessário “dar alguns passos para trás” para trocar de ocupação. Assim, mudanças menos bruscas – para áreas das quais você já tenha algum conhecimento ou em que reúna alguma experiência – podem ser melhores, pois não precisará “começar do zero”.

Pense, também, sobre o que quer para a sua carreira daqui a três ou cinco anos. Quais aprendizados pretende adquirir? O profissional que deseja ingressar em outra atividade deve compreender o cenário para o qual irá migrar e ter as metas desenhadas de forma muito clara. A troca de carreira não irá prejudicá-lo, se for bem estruturada e tiver objetivos definidos. A partir daí, será mais fácil buscar os novos conhecimentos, manter ativo o seu networking, além de avaliar o mercado e as tendências.

Diante de tudo isso, o autoconhecimento é uma competência fundamental para uma mudança de carreira. Isso significa que o indivíduo deve mapear quais são os seus pontos fortes e o que ainda é preciso desenvolver melhor. Então, será possível entender, com mais clareza, as chances de sucesso em sua nova empreitada. Tente contar com uma ajuda profissional para orientá-lo nesse processo, até porque ele exigirá esforço, persistência e muita dedicação.

Os obstáculos, ainda mais nos momentos de reinvenção e mudanças, sempre existirão, mas o que nós fazemos com eles e quais estratégias criamos para superá-los determinam as pessoas de sucesso. Por isso, a persistência é uma vital competência e habilidade (soft skill), necessária para quem quer promover transformações. Após tentar, falhar, se adaptar e tentar novamente, é que, geralmente, os progressos vão acontecendo. Assim, também é importante ter maturidade emocional, para não ficar paralisado diante das frustrações.

Ao contrário, nessas situações, a dedicação é essencial para a conquista dos objetivos. Os profissionais que vão longe – não custa lembrar – trabalham a mais, fazem cursos extras, estudam nas horas vagas, aproveitam viagens ou almoços para fazer contatos ou ganhar conhecimento. E as empresas estão em busca dessas pessoas que, com seu repertório, fazem a real diferença, seja na proposição de novos caminhos e no questionamento do status quo, seja na entrega dos resultados preestabelecidos. De nada adianta querer, se não fizer.

Portanto, o encerramento de um ciclo e o começo de um novo ano é uma ótima oportunidade para todas essas reflexões e para não mais adiar o planejamento da carreira. É a hora de ter atitude, competência comportamental imprescindível na vida pessoal e profissional, pois é ela que nos leva à ação, nos motiva e provoca mudanças. Então, pense bem, pois ninguém, além de você, é a melhor pessoa para saber o que o faz feliz. Você está exatamente onde queria ou precisa construir novos caminhos? Se morresse hoje, como as pessoas se lembrariam de você? Por onde passa, quais marcas e experiências têm deixado em suas relações? Acorda, ao amanhecer, com “brilho nos olhos”?

Enfim, cuidado para não nutrir uma vida imposta pela sociedade ou pelos familiares e amigos. Banque suas decisões! Por exemplo: quer ser mãe integral e se dedicar full time ao seu filho? Qual o problema? Quer mudar de empresa? Vá em frente! Quer sair de uma relação conjugal? Por que não? A vida exige reflexão, decisão e ação! É somente dessa forma que assumimos o protagonismo e direcionamos nossas escolhas para aquilo que nos realiza e nos faz feliz.

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