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ACMinas assume protagonismo no debate das reformas estruturantes do Estado brasileiro

Com 124 anos de história, entidade mineira reúne especialistas e empresários para propor soluções para o futuro do Brasil
ACMinas assume protagonismo no debate das reformas estruturantes do Estado brasileiro
Foto: Reprodução Adobe Stock

Mesmo que Minas Gerais e o Brasil tenham, nos últimos anos, empenhado esforços em busca de um planejamento que promova o desenvolvimento sustentável e de longo prazo, alguns pontos surgem como entraves para o cumprimento de metas e o compartilhamento de ações. A estrutura do Estado, seja ela política, fiscal ou administrativa, aparece no topo da lista e acende o alerta para a necessidade de reformas que, embora constantemente discutidas, pouco avançam ou nada resolvem.

Não é raro ver gestores públicos e privados, líderes setoriais, executivos de grandes empresas e representantes da sociedade civil organizada clamarem por mudanças e até mesmo integrarem o escopo das discussões. Mas as pautas, mesmo que convergentes, acabam perdendo força ou sendo deixadas de lado por falta de coesão – e interesse – dos agentes públicos, quando o assunto é a definição e a implementação de um modelo político e econômico para o País.

Ações acabam sendo conduzidas para atender interesses corporativos e, às vezes, questionáveis interesses políticos, e é cada dia mais intensa a divisão da sociedade em ambiente de forte radicalização, que só acentua as divergências. Mas é necessário o debate. É necessária a construção conjunta. É necessária, principalmente, a identificação daqueles que querem e podem fazer a diferença na construção de um futuro mais promissor.

Por isso, desde março de 2024, a Associação Comercial e Empresarial de Minas (ACMinas) iniciou uma série de debates, que estão dando forma ao Seminário Permanente da Reforma do Estado Brasileiro (as reformas que o Estado brasileiro reclama). A finalidade é ouvir palestrantes dos mais variados segmentos, assim como sua própria comunidade de associados, no sentido de formalizar, dentro do que seja o senso comum, de forma propositiva, sugestões de mudança no Estado brasileiro, na construção do Brasil que a sociedade empresarial deseja criar, sob a perspectiva de um futuro melhor.

O ex-presidente da ACMinas, José Anchieta, destaca a trajetória de 124 anos da entidade e reafirma sua relevância histórica como uma das principais vozes do empresariado mineiro na discussão sobre temas caros ao desenvolvimento de Minas Gerais e do Brasil, incluindo as reformas estruturantes do Estado. O dirigente recorda que, ao longo de sua história, a associação manteve-se na vanguarda dos debates e, mais uma vez, ocupa um papel central ao pautar a necessidade de modernizar o Estado brasileiro.

“Reforma do Estado, que, na verdade, é uma reforma continente que inclui reformas de conteúdo – da educação, orçamentária, da segurança, político-eleitoral – que funcionem como eixos de estruturação”, explica.

O projeto da ACMinas se destaca não apenas pelo diagnóstico, mas também pela busca de soluções concretas. A entidade tem a ambição de produzir um documento final que reflita o pensamento coletivo do setor empresarial, com críticas, sugestões e propostas para transformar o Brasil em um País mais justo, eficiente e competitivo.

“Estamos construindo um projeto ambicioso, que busca ouvir a todos – empresários, especialistas, acadêmicos, pensadores – para oferecer ao País um instrumento de orientação. Queremos deixar claro o que o mundo empresarial pensa sobre as reformas que o Brasil precisa”, afirma um dos líderes do projeto.

Presidente do Diário do Comércio fala sobre o papel da mídia nas reformas estruturantes do Estado

Nesta semana, a presidente e diretora editorial do Diário do Comércio, Adriana Muls, foi a condutora do 25º ciclo do seminário, com o tema: “O papel da comunicação na Reforma do Estado”.

Na ocasião, a jornalista defendeu a reforma do Estado para além da eficiência da máquina, contemplando também as urgências e necessidades da sociedade. Para isso, abordou a importância da atuação da mídia não apenas como interlocutora das necessidades e transformações acerca das reformas estruturantes do Estado, mas também como promotora de debates e construções colaborativas.

“A mídia deve atuar com informação de qualidade e acessível, explicar, de forma clara, os objetivos da reforma, informar o que está sendo proposto e como isso impacta diferentes setores, combater a desinformação e os boatos, reduzir a resistência baseada em medo ou desconhecimento e engajar o cidadão no debate com consciência. Mas também acredito que a mídia não deve apenas apontar problemas, e sim atuar por meio de um jornalismo propositivo para levar esperança à população, trazendo à luz casos de sucesso de reformas em outros estados ou países, dando destaque a modelos de gestão pública inovadores e apontando caminhos possíveis para que a reforma seja mais justa e eficiente”, defendeu.

Adriana Muls também apresentou cases e coberturas feitas pelo Diário do Comércio ao longo das últimas nove décadas e destacou dois importantes projetos que o veículo lidera atualmente:

  • Movimento Minas 2032 – Pela Transformação Global, uma iniciativa da empresa em parceria com o Instituto Orior, lançado em 2017, e que atua na articulação e na coalizão de ações voltadas ao cumprimento das 169 metas dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) da ONU;
  • Parceiros do Futuro – Cenários Minas 2040, projeto idealizado em parceria com a consultoria Spine, e que busca mobilizar empresários, acadêmicos, lideranças e sociedade para um debate aprofundado sobre as potencialidades e os entraves do Estado, criando uma agenda de desenvolvimento sustentável e de longo prazo.

“Ao dar espaço para diferentes vozes (governo, especialistas, servidores públicos, sociedade civil), a mídia contribui para um debate plural e democrático. E isso é necessário para que a população conheça diferentes perspectivas, para que grupos impactados sejam ouvidos e para que soluções alternativas sejam debatidas. A mídia tem o papel de contribuir para uma convergência. Temos muitas agendas apartidárias e urgentes, e a mídia precisa assumir essa responsabilidade.”

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