Diário do Comércio acompanha há décadas o planejamento do Estado

Criado por José Costa em 1932 como “O Informador Commercial”, o Diário do Comércio era, no início, um boletim de mercadorias e, décadas depois, se transformou no principal jornal de economia do Estado. Ainda hoje, na contagem regressiva para o seu primeiro século de circulação, o veículo mantém como principal pauta o desenvolvimento de Minas Gerais.
Foi na década de 1960 que “O Informador Commercial” passou a se chamar Diário do Comércio. Antes disso, porém, foi incorporando anúncios de varejo e ampliando a prestação de serviços, para além da lista sobre as mercadorias que chegavam à estação ferroviária de Belo Horizonte. Também já contava com comunicados de entidades de classe empresariais e de trabalhadores e artigos e colunas de colaboradores sobre a conjuntura econômica.
Tudo isso acontecia em uma Minas Gerais que lutava para voltar a ser protagonista da economia nacional, posto perdido desde o fim do ciclo do ouro. A riqueza passou então para o minério de ferro, que atraía os olhos do mundo. Como traz a reportagem especial sobre os 90 anos do veículo, nos ‘Comentários do dia’, na década de 1930, muitas foram as defesas do jornal para que o minério ficasse no Estado e que fossem exportados produtos, fabricados por meio do desenvolvimento do setor siderúrgico em Minas”.
“[…] Com uma vertente mais nacionalista, muitas foram as críticas do jornal, em sua primeira década de existência, ao projeto da Itabira Iron Ore Company, no sentido de que Minas não poderia continuar sendo mero exportador de produtos primários. […] Aliás, a indústria – de vários segmentos – sempre foi acompanhada nas páginas do ainda Informador Commercial, atento a cada novo empreendimento que surgia, numa época em que o Estado tinha poucas unidades fabris”.
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O Diário do Comércio sempre acompanhou de perto cada uma dessas transformações. Até hoje, é premissa básica de sua cobertura diária estar atento a qualquer mínima informação sobre a instalação de um novo empreendimento no Estado até sua formalização, início das operações e desdobramentos para a cadeia produtiva.
E como o propósito da empresa se mantém, desde o seu fundador, na inspiração e promoção de um projeto de sociedade mais justo e sustentável, falar do desenvolvimento de Minas Gerais inclui também se atentar aos esforços do setor público estadual. Por isso, há algumas décadas, o veículo se dispõe não apenas a dar voz às ações estruturantes propostas pelo Executivo, como também a promover diálogos e reflexões acerca dos desafios e oportunidades que perpassam pelo desenvolvimento de Minas Gerais no curto, médio e longo prazos.
Na edição de nº 14.139, de 1979, por exemplo, o Diário do Comércio publicou um extenso caderno intitulado “Análise: Minas em três tempos” – em referência ao III Plano Mineiro de Desenvolvimento Econômico e Social que acabara de ser lançado. Com algumas dezenas de reportagens, entrevistas e artigos, fontes diversas do alto escalão do governo mineiro e de instituições de fomento do Estado, deu luz aos questionamentos e expectativas acerca do plano, que havia sido lançado pelo então governador Francelino Pereira.
Um caderno de 25 páginas que iniciava com o texto a seguir:
“Primeiro o diagnóstico. Em seguida, o processo de recomposição da economia regional, um bem-sucedido esforço de planejamento e fomento das atividades produtivas. Minas Gerais conheceu o seu “milagre”. Agora busca reorientar o processo, dando-lhe um novo sentido, adaptando-o à realidade e, ao mesmo tempo, fazendo do desenvolvimento econômico um instrumento do desenvolvimento social”.
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