Minas retoma o debate sobre seu papel no desenvolvimento nacional
Fazendo um retrospecto, Minas Gerais tem um histórico de protagonismo na economia nacional, sendo a terceira maior do País e um dos principais polos industriais e agropecuários. No entanto, ainda enfrenta desafios estruturais, como a dependência da mineração, a baixa diversificação produtiva e a desigualdade entre regiões.
Foi o primeiro Estado brasileiro a realizar planejamento de longo prazo, em um processo que remonta há mais de um século. Essa capacidade de antever o futuro fez de Minas a terceira maior economia do País, chegando a superar o crescimento nacional na década de 1970.
A forte dependência da mineração e do agronegócio tornou a economia mineira vulnerável às oscilações do mercado global, de modo que os ciclos de alta e baixa nos preços das commodities impactam diretamente a arrecadação do Estado e a geração de empregos. Além disso, a industrialização mineira, que foi um importante motor de crescimento nas décadas de 1960 e 1970, perdeu fôlego nas últimas décadas, enquanto outros estados avançaram na economia do conhecimento e na inovação tecnológica.
Ainda assim, o Estado mantém diferenciais estratégicos, como posição geográfica privilegiada, ampla rede de universidades e centros de pesquisa e um setor empresarial diversificado. O desafio, agora, é transformar essas vantagens em um modelo de desenvolvimento econômico que combine tradição e inovação, agregando mais valor aos produtos e reduzindo as desigualdades regionais, contribuindo para uma sociedade mais justa e equilibrada em todos os níveis.
Transformações econômicas e sociais ocorrem, neste momento, de forma globalizada, afetando cadeias produtivas em todo o mundo e comportamentos sociais, incluindo o consumo e a maneira como as pessoas se relacionam com governos, empresas e produtos. Nesse cenário, o Brasil e, mais especificamente, Minas Gerais surgem como possíveis protagonistas, sem deixar de lado o desafio de equilibrar suas vocações tradicionais com a necessidade de modernização e diversificação produtiva.
O Diário do Comércio, fundado em 1932, acompanhou de perto todo esse movimento. Seu fundador, José Costa, inaugurou o que hoje se chama jornalismo propositivo: participou de campanhas pela industrialização e modernização da economia mineira, que resultaram em marcos como o primeiro Distrito Industrial de Minas (1942), a criação da Cemig (1950), o desenvolvimento da indústria siderúrgica e a instalação da primeira montadora de veículos fora de São Paulo, a Fiat (1976).
Para dar continuidade ao legado de José Costa, fomentar o debate e mobilizar a sociedade na construção de um futuro mais próspero, o Diário do Comércio, em parceria com a Spine, deu início ao Parceiros do Futuro, iniciativa que busca reunir empresários, acadêmicos, lideranças políticas e a sociedade civil em um debate aprofundado sobre as potencialidades e os entraves do Estado, criando uma agenda de desenvolvimento sustentável e de longo prazo.
Por meio de debates, encontros e conteúdos estratégicos, o projeto propõe reunir visões e experiências em busca de soluções concretas para os desafios mineiros. O foco está na diversificação econômica, na valorização da inovação e na criação de um planejamento suprapartidário, que não seja interrompido a cada troca de governo – trabalho iniciado com a publicação de conteúdos especiais semanais.

“Por meio do Parceiros do Futuro, nós, do Diário do Comércio, estamos nos posicionando e assumindo o papel de mobilizadores para a cooperação e construção do futuro que desejamos para Minas Gerais, com a força de todos os setores e lideranças”, reforça Adriana Muls.
A jornalista ressalta que essa jornada teve início no fim de 2024, a partir de uma série de entrevistas com mais de 40 nomes de destaque – líderes de vários setores do Estado, alguns dos principais nomes da academia na atualidade e gestores de importantes instituições públicas e privadas de Minas Gerais. “Esse compilado vem, há alguns meses, ocupando as páginas do Diário do Comércio, nas versões impressa e digital, propondo reflexões, questionamentos e caminhos para que o Estado volte a ocupar um papel de destaque no desenvolvimento nacional”, afirma.
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