Mais que extração: mineração ganha papel estratégico na nova economia mineira

Ao longo dos últimos meses, o Parceiros do Futuro tem abordado diferentes temas que se inserem em um dos três pilares estabelecidos pelo projeto: diversificação da economia mineira; adoção de tecnologias verdes e processos de produção regenerativos; e geração de riqueza de forma equilibrada. A partir de discussões pautadas pela realidade de Minas Gerais e do País, os conteúdos convergem para o cenário de prosperidade real, proposto pela iniciativa.
O fortalecimento da diversificação econômica é um dos alicerces desse cenário. Mas, também ao longo dos últimos meses, o Parceiros do Futuro tem ouvido de diferentes especialistas e stakeholders “que são grandes os desafios até essa meta”, já que vislumbra uma economia mais resiliente e diversificada a partir da união entre recursos naturais, conhecimento e desenvolvimento local. Tudo isso para garantir que o futuro seja construído por todos e para todos, em um verdadeiro compromisso com a igualdade e a justiça.
Entretanto, também é importante ressaltar que já existem boas práticas que podem ser incorporadas nesse cenário, sejam elas adotadas por setores inteiros ou de forma pontual por organizações.
Falar sobre a economia de Minas Gerais, sobre valor agregado e diversificação inclui necessariamente a mineração. Afinal, o Estado é o berço do setor no Brasil e, ainda hoje, apesar de todos os impactos e transformações, detém 40% do faturamento nacional, totalizando cerca de R$ 30 bilhões apenas nos três primeiros meses de 2025, conforme os dados mais recentes do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Em todo o País, a atividade representa cerca de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), enquanto, em Minas Gerais, chega a 25%. Além disso, dados da Agência Nacional de Mineração (ANM) apontam a existência de mais de 2.700 cidades mineradoras, e Minas Gerais abriga boa parte delas. A Compensação Financeira pela Exploração Mineral (Cfem) é uma contraprestação paga pela exploração dos recursos minerais. Assim, todo e qualquer minerador é obrigado a realizar o pagamento dos chamados royalties da mineração. Os municípios recebem 60% do imposto; os outros 40% são distribuídos entre Estado e União.
É bom lembrar que o Parceiros do Futuro busca mobilizar empresários, acadêmicos, lideranças políticas e a sociedade civil para um debate aprofundado sobre as potencialidades e os entraves do Estado, com o objetivo de criar uma agenda de desenvolvimento sustentável e de longo prazo. E, claro, tudo isso passa pela principal atividade econômica de Minas: a mineração.
O documento que contextualiza e embasa o projeto reforça que Minas Gerais pode e deve continuar ativa em processos de mineração e extração de recursos naturais. O que se busca com a análise crítica é sinalizar pontos importantes de reflexão, dentre eles a necessidade de avançar no processo de agregação de valor, o que não significa renunciar à mineração ou à extração de recursos naturais.
O governo mineiro é um dos importantes agentes que pode e deve orientar essa movimentação. E, conforme o CEO da Invest Minas, João Paulo Braga, o Estado tem atuado ativamente não apenas em prol do fortalecimento de outras atividades, como também incentivado uma nova mineração, a fim de agregar valor a toda a cadeia produtiva e promover um desenvolvimento sustentável e perene em Minas Gerais.
Em entrevista ao Parceiros do Futuro, Braga foi categórico: “Não precisamos ter vergonha de exportar commodity”, em alusão especificamente aos minerais. “Podemos agregar valor na transição do estágio mineral para o químico. […] A mineração sempre esteve presente nas Minas Gerais. O Estado não seria o que é sem ela”.
Mas o executivo também destacou que existe uma diversificação interna do setor, defendendo que, antigamente, falava-se em ouro e ferro; atualmente, destacam-se terras raras, lítio e silício, ampliando a cadeia mineral. E que há ainda mudanças nas práticas industriais, com rejeitos anteriormente considerados exauridos sendo reaproveitados devido à tecnologia atual, alinhada ao conceito de economia circular.
“Os grandes investimentos em mineração podem servir como plataforma não apenas para exportar minérios, mas também tecnologias e serviços de elevado valor agregado. […] Na Invest Minas, trabalhamos pela diversificação econômica do Estado, sem defender o abandono da mineração. Ao contrário, utilizamos a mineração e o agronegócio como trampolins para impulsionar o futuro, evoluindo a partir desses setores, não apesar deles”.
A entrevista, na íntegra, pode ser conferida aqui.
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