Parceiros do Futuro

Parceiros do Futuro: construção coletiva de um novo caminho econômico para Minas Gerais

Projeto, idealizado em parceria com a Spine, busca mobilizar empresários, acadêmicos, lideranças e sociedade para um debate aprofundado sobre as potencialidades e os entraves do Estado, criando uma agenda de desenvolvimento sustentável e de longo prazo
  • Minas Gerais enfrenta vulnerabilidade econômica por dependência da mineração e agronegócio, além de perda de força na industrialização.
  • O projeto Parceiros do Futuro mobiliza sociedade, academia e empresários por um planejamento sustentável e suprapartidário em Minas.
  • Foco principal do projeto está na diversificação econômica, inovação tecnológica e redução das desigualdades regionais.
  • Todas as quintas, você confere no Diário do Comércio, uma série de conteúdos com a participação de vários nomes de relevância no Estado.
  • Quarenta líderes já foram ouvidos e destacam a necessidade de planejamento estratégico contínuo, independente de trocas de governos, para retomar protagonismo econômico.

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Minas Gerais sempre teve um papel central no desenvolvimento econômico do Brasil. Desde os tempos do ciclo do ouro no século XVIII, passando pela industrialização no século XX, até chegar às diferentes fases de desenvolvimento no período mais recente, o Estado se consolidou como a terceira maior economia do País. Mas, apesar de sua relevância histórica e econômica, Minas enfrenta desafios estruturais que limitam seu potencial de crescimento sustentável e equilibrado.

A forte dependência da mineração e do agronegócio fez com que a economia mineira se tornasse vulnerável às oscilações do mercado global, de maneira que os ciclos de alta e baixa dos preços das commodities impactam diretamente a arrecadação do Estado e a geração de empregos. Além disso, a industrialização mineira, que foi um grande motor de crescimento nas décadas de 1960 e 1970, perdeu fôlego nas últimas décadas, enquanto outros estados avançaram na economia do conhecimento e na inovação tecnológica.

Ainda assim, Minas Gerais mantém diferenciais estratégicos, como uma posição geográfica privilegiada, uma forte rede de universidades e centros de pesquisa e um setor empresarial diversificado. O desafio, agora, é transformar essas vantagens em um modelo de desenvolvimento econômico que combine tradição e inovação, agregando mais valor aos produtos e reduzindo as desigualdades regionais, contribuindo para um mundo mais justo e igualitário em todas as esferas e níveis da sociedade.

Transformações econômicas e sociais ocorrem, neste momento, de forma globalizada, afetando cadeias produtivas em todo o mundo e comportamentos sociais, incluindo o consumo e a maneira como as pessoas lidam e se envolvem com governos, empresas e produtos. Neste cenário, o Brasil e, mais especificamente, Minas Gerais surgem como possíveis protagonistas, mas sem deixar de lado, o desafio de equilibrar suas vocações tradicionais com a necessidade de modernização e diversificação produtiva.

E é para fomentar esse debate e mobilizar a sociedade na construção de um futuro mais próspero, que o Diário do Comércio, em parceria com a Spine – consultoria especializada em desenvolvimento de negócios e de pessoas –, lança o projeto Parceiros do Futuro. Trata-se de uma iniciativa que busca mobilizar empresários, acadêmicos, lideranças políticas e a sociedade civil para um debate aprofundado sobre as potencialidades e os entraves do Estado, criando uma agenda de desenvolvimento sustentável e de longo prazo.

Por meio de debates, encontros e conteúdos estratégicos, o projeto pretende reunir visões e experiências para propor soluções concretas para os desafios mineiros. O foco está na diversificação econômica, na valorização da inovação e na criação de um planejamento suprapartidário, que não seja interrompido a cada troca de governo.

Quarenta nomes de peso já foram ouvidos

Essa jornada teve início no fim de 2024, a partir de uma série de entrevistas com mais de 40 nomes de peso, líderes de vários setores do Estado, alguns dos principais nomes da academia na atualidade e gestores de importantes instituições públicas e privadas de Minas Gerais. E a partir de hoje, um compilado gerado a partir dessas conversas chega às páginas do Diário do Comércio nos ambientes físico e virtual, sempre às quintas-feiras, propondo reflexões, questionamentos e caminhos para que o Estado volte a ocupar um papel de destaque no desenvolvimento nacional.

A presidente e diretora editorial Diário do Comércio Adriana Muls, revela que o nome do projeto foi inspirado na biografia do fundador do jornal, José Costa, lançada em 2007, na época da comemoração do centenário de seu nascimento. Ela lembra que o avô sempre se mostrou um homem à frente de seu tempo, deu voz a pautas coletivas, primava pelo bem comum e se guiava por uma visão de futuro. E garante que esse é o propósito que inspira e motiva seu trabalho na liderança da empresa, especialmente, diante todas as mudanças que o mundo necessita e experimenta nos dias atuais – seja na comunicação, na economia, nos caminhos para se fazer negócios ou na sociedade.

“Minas vive um momento único, de muitas iniciativas, oportunidades, atração de investimentos e produção de conhecimento, mas os problemas são complexos. Por isso, precisamos entender a urgência do trabalho em cooperação, já que somos todos parte desse desenvolvimento”, defende.

A jornalista completa que se no século passado o que movia as grandes lideranças era um projeto de industrialização, hoje falta aspiração coletiva. “Nos falta articulação e envolvimento – como nos ensinaram José Costa e tantos outros de sua época -, para a construção de um projeto comum, que abrace a todos, enfrentando os problemas estruturais da sociedade. Por meio do Parceiros do Futuro, nós do Diário do Comércio, estamos nos posicionando e assumindo esse lugar de mobilização para a cooperação e construção do futuro que desejamos para Minas Gerais. Com a força de todos os setores e de todas as lideranças”, se compromete.

O economista e fundador da Spine, Frederico Madureira, por sua vez, reforça que o objetivo do projeto não é fazer previsões, mas trazer à luz os cenários que nos trouxeram até aqui e entender o que pode ser feito para a estruturação de um futuro melhor. Ele lembra, por exemplo, que Minas Gerais montou uma estrutura de planejamento nos anos 1960, que resultou na década seguinte num crescimento do PIB mineiro acima da média nacional. E que foi nesse momento que Minas deu um salto de industrialização e pensou o futuro de forma planejada.

Frederico Madureira
Madureira: planejamento não pode estar restrito ao governo | Crédito: Divulgação Arquivo Pessoal

“É preciso retomar essa articulação com toda a sociedade e discutir qual futuro queremos para o nosso Estado”, diz.

Madureira pondera que o planejamento de Minas Gerais não pode estar restrito ao governo. E que o horizonte de planejamento do Estado foi reduzido ao longo do tempo, de forma que os temas mudam quando um novo grupo político assume o poder. “O planejamento com ampla participação da sociedade civil já é algo previsto na Constituição Mineira e isso precisa ser fortalecido para que tenhamos um plano que independa de mudanças de governo e que realmente reflita prioridades discutidas e estabelecidas pela sociedade mineira”, argumenta.

“É preciso avançar na discussão sobre como agregar valor nas diversas atividades produtivas do Estado, promovendo maior articulação entre os setores, empregos com maior nível de escolaridade e a partir de um novo modelo de desenvolvimento sustentável”, completa.

A necessidade do debate acerca do futuro de Minas Gerais

Minas Gerais tem um histórico de protagonismo na economia nacional, sendo a terceira maior economia do País e um dos principais polos industriais e agropecuários. No entanto, ainda enfrenta desafios estruturais, como a dependência da mineração, a falta de diversificação produtiva e a desigualdade entre regiões. Por isso, o estudo “Cenários Futuros para Minas Gerais”, que embasa o projeto Parceiros do Futuro, aponta que o Estado precisa reduzir sua vulnerabilidade às oscilações do mercado internacional e investir mais em setores de alta tecnologia e valor agregado.

Além disso, os 40 nomes de peso, entre líderes de vários setores do Estado, alguns dos principais nomes da academia na atualidade e gestores de importantes instituições públicas e privadas de Minas Gerais, em sua quase totalidade, avaliam que a alternância de governos tem dificultado a continuidade de um planejamento estratégico de longo prazo. Para eles, apesar de Minas possuir uma tradição centenária de planejamento, com instituições de renome nacional e internacional, a falta de continuidade nas políticas públicas tem sido um entrave para o crescimento sustentável do Estado e uma presença de maior destaque perante o Brasil.

Adriana Muls
Adriana Muls: estamos assumindo esse lugar de mobilização | Crédito: Diário do Comércio / Isa Cunha

Certo é que o futuro de Minas Gerais depende das ações e escolhas feitas no presente. E o Parceiros do Futuro se dispõe a colaborar com esse processo, atuando como um espaço permanente para reflexão e formulação de estratégias que impulsionem o desenvolvimento econômico do Estado. “Com a união de diferentes setores da sociedade e o estímulo à construção de um planejamento de longo prazo, poderemos resgatar o protagonismo mineiro e consolidar um modelo econômico mais inovador, inclusivo e resiliente”, conclui Adriana Muls.

Conheça os pilares do “Parceiros do Futuro”

  • A necessidade de diversificar a economia mineira, reduzindo a dependência das commodities de baixo valor agregado e buscando atividades de maior complexidade para aumentar a retenção de valor nas localidades;
  • A necessidade de buscar tecnologias verdes e processos de produção regenerativos, aproveitando a disponibilidade de energia limpa e os recursos naturais de Minas Gerais para ganhar competitividade no mercado externo e a urgência de enfrentar o desequilíbrio climático;
  • A necessidade de gerar riqueza de forma mais equilibrada, reduzindo a desigualdade entre as regiões de Minas e entre as pessoas com o objetivo de promover mais desenvolvimento e ativar o imenso potencial do capital humano e da diversidade cultural do Estado.
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