Mineração do futuro: Vale quer modelo circular e responsável
“Sem a mineração do futuro, qual será o futuro da mineração?” Essa foi apenas uma das frases que marcaram a participação do presidente da Vale, Gustavo Pimenta, na Exposibram 2025. Neste ano, o Congresso Brasileiro de Mineração, realizado no fim do mês passado em Salvador, Bahia, foi palco de dezenas de discussões sobre os desafios e oportunidades que o setor já enfrenta e vislumbra, diante não apenas da transição energética, mas também das novas cobranças dos stakeholders e da decisão das próprias empresas de serem mais transparentes e socioambientalmente responsáveis.
O representante da maior mineradora do País, que promete retomar a liderança da produção mundial do insumo siderúrgico em 2025, conforme o próprio executivo anunciou durante o evento, opinou que, para ele, a mineração do futuro é um modelo legal, responsável e replicável, que gera impacto líquido positivo em termos sociais, ambientais e econômicos e que já começa no presente. Para a Vale, isso inclui:
- Operações inteligentes
- Minas minimamente invasivas
- Zero estéril, rejeitos e carbono neutro
- Compartilhamento de valor
- Força de trabalho do futuro
Sobre as operações inteligentes, Pimenta explicou que a Mina de Brucutu, em São Gonçalo do Rio Abaixo, na região Central de Minas Gerais, já é 100% automatizada, o que elimina diversos riscos da atividade. Em relação às minas minimamente invasivas, Pimenta afirmou que o objetivo é reduzir as áreas de atuação da companhia, com menor uso de terra e água.
“Zero estéril e rejeitos, ou seja, uma mineração 100% circular, reaproveitando tudo. Neste ano, vamos produzir 20 milhões de toneladas 100% circulares, com materiais provenientes de pilhas ou rejeitos da companhia. No passado, aquele minério não tinha valor econômico, pois não havia tecnologia para aproveitá-lo. Agora estamos voltando a essas áreas e utilizando minério com teor acima de 60%. O licenciamento é mais simples e tem menor custo. Essa é uma agenda de negócios e de posicionamento da indústria. Nosso objetivo é chegar a 10% da produção da companhia 100% circular e, com isso, ser a mineradora a produzir o maior volume de minério do mundo a partir de fontes circulares”, adiantou.
Quanto ao compartilhamento de valor, ele lembrou que não é possível caminhar ou progredir sozinho. A sociedade segue junto, a partir de impactos e legados positivos que vão além do pagamento de impostos, o que inclui o pós-mineração, por meio do fechamento das minas.
“Precisamos comunicar que o pós-mineração também gera resultados positivos. Na Mina de Águas Claras, em Nova Lima (RMBH), estamos com um amplo processo de escuta para devolver o equipamento à sociedade. Temos bons exemplos de retorno e também precisamos antecipá-los à medida que formos minerando, de forma inteligente”, detalhou.
Por fim, Pimenta destacou que tudo isso vai transformar as relações de trabalho e gerar novas oportunidades em termos de tecnologia, conhecimento e análise de dados.
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