Após discurso de Bolsonaro, Toffoli afirma que são nefastos os ataques à democracia
                            Brasília – O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Dias Toffoli, afirmou na segunda-feira (20) que são nefastos o autoritarismo e os ataques à democracia e destacou que não é possível admitir solução que seja fora da democracia, um dia após o presidente Jair Bolsonaro ter ido a um ato público em que manifestantes pediram o fechamento da corte, do Congresso Nacional e uma intervenção militar no país.
A manifestação de Toffoli foi feita por videoconferência organizada pela Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e que contou com outras entidades.
“As seis entidades (participantes) têm no DNA o conhecimento do quão nefasto é o autoritarismo, do quão nefastos são os fundamentalismos, do quão nefasto é o ataque às instituições e à democracia”, disse.
Segundo o presidente do STF, a corte tem atuado na perspectiva de se manter o pacto previsto na Constituição.
“Não é possível admitir qualquer outra solução que não seja dentro da institucionalidade do Estado Democrático de Direito, da democracia”, destacou.
Essa é a primeira manifestação do presidente do STF após a presença de Bolsonaro em ato antidemocrático realizado em Brasília no domingo. Outros ministros da corte, como Gilmar Mendes e Roberto Barroso, criticaram as manifestações.
Nesta segunda, o procurador-geral da República, Augusto Aras, pediu ao STF a abertura de um inquérito para apurar a organização dos atos. O presidente não é um dos alvos da investigação –que vai correr sob sigilo e deve apurar o envolvimento de deputados federais em sua organização.
Também na segunda, Bolsonaro negou que a manifestação tivesse viés antidemocrático – após discursar no ato de domingo que pedia intervenção militar no País– e repreendeu um apoiador que pediu o fechamento do Supremo.
Maia – O presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou na noite de domingo (19) que além do coronavírus, o País precisa combater o vírus do autoritarismo e que não há tempo a perder com “retóricas golpistas”.
“O mundo inteiro está unido contra o coronavírus. No Brasil, temos de lutar contra o corona e o vírus do autoritarismo. É mais trabalhoso, mas venceremos. Em nome da Câmara dos Deputados, repudio todo e qualquer ato que defenda a ditadura, atentando contra a Constituição”, escreveu Maia no Twitter.
“Não temos tempo a perder com retóricas golpistas. É urgente continuar ajudando os mais pobres, os que estão doentes esperando tratamento em UTIs e trabalhar para manter os empregos. Não há caminho fora da democracia.” (Reuters)
Ouça a rádio de Minas