Política

Guedes: PIB pode subir até 4% em 2021

Guedes: PIB pode subir até 4% em 2021
Guedes afirmou que plano é encerrar o auxílio emergencial neste ano, mas benefício pode ser retomado em caso de uma 2ª onda | Crédito: Albino Oliveira - Ascom/Ministerio da Economia

Brasília – O ministro da Economia, Paulo Guedes, estimou ontem que o Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro pode subir até 4% no ano que vem, e voltou a avaliar que a retomada pós-crise está surpreendendo-o, citando arrecadação “extraordinária” neste mês.

“Brasil deve voltar a ter crescimento para 3%, 3,5%, pode chegar a 4% ano que vem”, afirmou ele, ao participar de evento on-line promovido pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras).

Durante o evento, Guedes afirmou que o plano do governo para o auxílio emergencial é encerrá-lo ao fim deste ano, com retorno ao Bolsa Família como programa de transferência de renda.

“A resposta hoje, se você perguntar assim, qual o plano para o auxílio emergencial? Remoção gradual… acaba o auxílio emergencial. Que já foi R$ 600, caiu pra R$ 300 e ele acaba, nós voltamos para o Bolsa Família”, disse Guedes.

O ministro frisou que esse é o plano A, já que a percepção é de que o surto de coronavírus está retrocedendo e a economia, reagindo. Os pagamentos do auxílio emergencial encerram em 31 de dezembro deste ano.

Guedes voltou a dizer que, caso haja uma segunda onda de Covid-19 no País -possibilidade que classificou como baixa, o auxílio deverá ser mantido e um novo estado de calamidade pública deverá ser decretado, frisando que uma emenda na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Pacto Federativo abre caminho para tanto.

Ele repetiu, contudo, que o gasto do governo deverá ser menor num novo enfrentamento à doença, ficando por volta de 4% do Produto Interno Bruto (PIB), contra cerca de 10% do PIB neste ano.

“Nossa hipótese de trabalho é ir retirando os estímulos, é o que estamos fazendo, era R$ 600, baixa para R$ 300, depois aterrissa ali na frente ou numa versão do Renda Brasil, de renda básica, ou no próprio Bolsa Família que existia antes”, disse.

“Temos as duas possibilidades, é uma escolha política”, acrescentou ele, reconhecendo que a classe política tomou a decisão de discutir a eventual estruturação de um novo programa de transferência de renda mais à frente, já que o momento é de eleições municipais.

Guedes afirmou que o eventual programa tem que ser fiscalmente responsável e “evolucionário”, termo que tem usado para designar seu caráter de focalizar várias iniciativas que já existem num só auxílio.

“Pode ser que precise de mais debates políticos a respeito”, admitiu. “O presidente foi muito claro. Ele disse ‘eu não vou tirar do pobre para dar para o paupérrimo’”, completou.

A equipe econômica chegou a propor a extinção do abono salarial para incorporação do seu orçamento ao novo Bolsa Família, mas a possibilidade foi publicamente rechaçada por Bolsonaro.

Impostos – Guedes também sinalizou que a redução do imposto de importação sobre alimentos como reação à alta nos produtos deve ser uma medida permanente.

“Quando a população começou a reclamar de aumentos excessivos no arroz, no óleo de soja, nós estamos examinando. Agimos rápido no arroz e estamos examinando toda pauta de alimentação para eliminar impostos de importação”, afirmou ele.

“Nós vamos continuar com os impostos reduzidos porque o nosso objetivo era justamente reduzir as tarifas e ir abrindo a economia brasileira”, acrescentou.

Em setembro, o governo decidiu implementar uma cota sem tarifa para compra de 400 mil toneladas de arroz de fora do Mercosul até o final do ano. Atualmente, incidem sobre os países fornecedores de fora do Mercosul as tarifas de 12% sobre o grão beneficiado e de 10% sobre o arroz em casca.

Ele também reforçou avaliação de que a inflação é temporária. Segundo o ministro, quando houver o fim do auxílio emergencial, a alta transitória de preços setoriais impulsionados pela concessão do benefício, como de alimentos e materiais de construção, “deve se acalmar”. (Reuters)

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