Política

Jair Bolsonaro desaprova ala do PSL

Jair Bolsonaro desaprova ala do PSL
Em viagem à China, presidente critica parlamentares do PSL e desqualifica áudio de Queiroz - Crédito: Isac Nóbrega/PR

Pequim, China – Em viagem oficial à China, o presidente Jair Bolsonaro classificou o pedido de expulsão de seu filho do PSL como “ato autoritário”. “Está na cara que é um ato autoritário de quem não está ligado à democracia e à transparência”, disse Bolsonaro em entrevista aos jornalistas em Pequim.

Na última quinta-feira (24), uma ala do PSL próxima ao presidente da legenda, Luciano Bivar, pediu a expulsão de Eduardo Bolsonaro, recém-eleito líder do partido na Câmara.A representação é assinada pelo líder do PSL no Senado, Major Olímpio (SP), e pelos deputados da bancada paulista do partido Abou Anni, Coronel Tadeu, Joice Hasselmann e Júnior Bozzella.

O presidente criticou os deputados, que no passado estavam alinhados a ele, e ironizou: “não sei qual perfume o Bivar está usando”. Bolsonaro também defendeu as interferências que fez no partido ao conversar com deputados para que apoiem seu filho contra Bivar.

“Se acontece algum problema com alguém no partido, quem vai ser responsabilizado: eu. Vão falar que é o partido do Bolsonaro. Estou me antecipando a problemas. Não quero ter dor de cabeça”, afirmou.

Áudio bobo O presidente Jair Bolsonaro (PSL) classificou como “áudio bobo” a gravação, revelada pelo jornal O Globo, do ex-assessor de sua família, Fabrício Queiroz. No áudio, ele aparece se oferecendo para facilitar a nomeação em gabinetes na Câmara e no Senado.

Queiroz, que vem sendo investigado pelas autoridades sob a suspeita da prática de “rachadinha”, disse na gravação que faz “fila” na porta do gabinete do senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ) em busca de cargos. “Se tivesse fila (no gabinete de Flávio), todo mundo saberia”, disse Bolsonaro. “Se for verdadeiro o áudio, o amigo dele (Queiroz), foi da onça”, completou.

“Tem mais de 500 cargos lá, cara, na Câmara, no Senado… Pode indicar para qualquer comissão, alguma coisa, sem vincular a eles [família Bolsonaro] em nada. Vinte continho pra gente caía bem, pra c…, caía bem pra c… Não precisa vincular a um nome”, diz Queiroz, no áudio de junho deste ano.

Queiroz afirmou ao O Globo que mantém influência política por ter “contribuído de forma significativa na campanha de diversos políticos no Estado do Rio de Janeiro”.

Questionado sobre o caso durante visita a Pequim (China), Bolsonaro frisou que “não tem nada a ver com isso”. “Ele (Queiroz) é meu amigo desde 1985, é meu soldado. Desde esse problema, não converso mais com ele”, disse.

Mais cedo, quando indagado sobre o ex-assessor, disse que ainda não havia ouvido o áudio e que não tinha ciência de suas atividades. “O Queiroz cuida da vida dele, eu cuido da minha”, afirmou o presidente, antes de ameaçar encerrar uma entrevista coletiva. (Folhapress)

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