Política

Lula diz que dinheiro do acordo de Mariana precisa ser bem utilizado e será gerido pelo BNDES

Acordo de Mariana extingue 146 ações judiciais e 15 inquéritos civis
Lula diz que dinheiro do acordo de Mariana precisa ser bem utilizado e será gerido pelo BNDES
Crédito: Walterson Rosa/Divulgação BNDES

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva fez nesta sexta-feira uma cobrança ao governo para que os recursos do acordo bilionário de reparação pelo rompimento de uma barragem em Mariana (MG) fechado pelo poder público com as mineradoras Vale, BHP e Samarco sejam bem utilizados.

Em discurso durante cerimônia de assinatura do acordo, que prevê o pagamento de R$ 100 bilhões em recursos novos, Lula cobrou que os ministérios de seu governo façam projetos para utilizar o dinheiro para “reparar uma desgraça que uma empresa causou”.

O presidente também disse que os recursos serão geridos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).

Uma barragem de rejeitos de minério de ferro da Samarco, joint venture da Vale com a BHP, rompeu-se em novembro de 2015 e liberou uma onda de lama gigante que deixou 19 mortos, centenas de desabrigados e atingiu comunidades, florestas e rios, inclusive o rio Doce até o mar no Espírito Santo.

Acordo de Mariana extingue 146 ações judiciais e 15 inquéritos civis

O acordo de R$ 170 bilhões que será assinado nesta sexta-feira entre Vale, BHP e Samarco com autoridades federais e estaduais pelo rompimento de barragem em Mariana (MG) extinguiu 146 ações judiciais e 15 inquéritos civis, segundo documento do pacto visto pela Reuters.

O acerto abre caminho ainda para que sejam extintas outras 95 ações, de acordo com o documento.

O coordenador da equipe do Ministério Público de Minas Gerais para repactuação do acordo de Mariana, Carlos André Mariani Bittencourt, pontuou à Reuters que o acordo foi construído a partir da experiência do acerto realizado após o rompimento de barragem da Vale em Brumadinho (MG), que ocorreu em 2019.

Segundo Bittencourt, o acordo de Mariana foi muito aprimorado e hoje contém um conjunto de normas e anexos que vão propiciar evolução das condições ambientais do Rio Doce e uma satisfação aos atingidos, que terão acesso a indenizações e programas expressivos.

“Representa efetivamente um grande passo, colocando fim a diversos processos judiciais que se arrastariam por décadas até uma solução satisfatória”, afirmou o representante do MP.

Reportagem distribuída pela Reuters

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas