Lula adia viagem ao Chile para se concentrar em resposta a enchentes no Rio Grande do Sul

São Paulo – O presidente Luiz Inácio Lula da Silva adiou uma viagem ao Chile, inicialmente agendada para 17 e 18 de maio, para se concentrar na resposta do governo às enchentes que têm atingido o Rio Grade do Sul, disse o Ministério das Relações Exteriores em comunicado nesta segunda-feira.
“A visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Chile… foi adiada pela necessidade de acompanhamento da situação das enchentes no Rio Grande do Sul e de coordenação no atendimento à população afetada e nas tarefas de reconstrução”, afirmou o Itamaraty.
Segundo o ministério, novas datas para a viagem do presidente ao Chile serão anunciadas “oportunamente”.
Em vídeo publicado no X pela manhã a propósito do Dia das Mães, Lula disse que gostaria de deixar uma mensagem de solidariedade para as mães do Rio Grande do Sul.
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“Vocês não estão sozinhas. Estamos juntos para recuperar e reconstruir o que foi destruído, cidades, casas, pontes e rodovias”, afirmou.
“Mas sabemos que nem tudo pode ser recuperado, mães perderam seus filhos e filhos perderam as suas mães. A melhor maneira de honrarmos a memória daqueles que se foram é trabalharmos juntos com aquilo que o povo brasileiro tem de melhor, o espírito de união, solidariedade e amor ao próximo”, ressaltou.
Biden manifesta apoio ao Brasil
Na noite de sábado, o presidente dos EUA, Joe Biden, divulgou uma mensagem sobre a situação do Rio Grande do Sul.
“Jill e eu estamos profundamente tristes pela perda de vidas e pela devastação causada pelas enchentes no Brasil. Nossos pensamentos e orações estão com as pessoas afetadas por esta tragédia e com os socorristas que trabalham para resgatar e fornecer cuidados médicos a famílias e indivíduos”, disse.
“Minha administração está em contato com nossos parceiros brasileiros, e os Estados Unidos estão trabalhando para fornecer a assistência necessária ao povo brasileiro, em coordenação com as autoridades brasileiras enquanto lideram a resposta. Os Estados Unidos estão ao lado do Brasil neste momento difícil”, reforçou.
Tragédia já tem 147 mortos nas enchentes
O número de mortes confirmadas em decorrência das chuvas intensas no Rio Grande do Sul aumentou para 147 e o de desaparecidos desceu para 127, informou a Defesa Civil do Estado em último balanço divulgado. O número de feridos é de 806 cidadãos.
No segundo comunicado do domingo, o órgão relatou que o número de desalojados pela crise subiu para 538 mil. Este número é parte das 619 mil fora de casa, em que 80.826 pessoas estão em abrigos.
O levantamento aponta que os estragos decorrentes das chuvas, alagamentos e enchentes atingem 447 municípios gaúchos, de 497 no total. Mais de 2,1 milhões de pessoas foram atingidas.
As chuvas intensas provocaram o aumento do nível de uma série de rios no Estado, causando enchentes de grandes proporções em diversas cidades gaúchas e afetando os esforços das equipes de resgate para alcançar sobreviventes.
Ainda assim, segundo dados da Defesa Civil gaúcha, mais de 76 mil pessoas e quase 10 mil animais já foram resgatados por um efetivo de mais de 27 mil pessoas que atuam nos esforços de resgate com mais de 4 mil viaturas, 41 aeronaves e 340 embarcações.
Em meio à tragédia, o maior desastre climático da história do Estado, os gaúchos passaram a enfrentar uma crise de abastecimento, com a escassez de alimentos e outros suprimentos básicos. Entidades e instituições de todo o país têm promovido doações de itens para a região, mas as enchentes têm dificultado a chegada dos suprimentos.
O governo Lula editou uma medida provisória que abre um crédito extraordinário de cerca de R$ 12,2 bilhões para que diversos órgãos possam usar em ações emergenciais de atendimento a municípios gaúchos.
As chuvas permanecem em volume menor nos últimos dias, mas há a perspectiva de aumento da intensidade delas nos próximos dias.
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