Política

Mansueto descarta aumento de impostos

Mansueto descarta aumento de impostos
Mansueto afirma que prioridade do governo é combater os efeitos econômicos e sociais da pandemia | Crédito: REUTERS/Adriano Machado.

Brasília – O secretário do Tesouro Nacional, Mansueto Almeida, descartou na sexta-feira (29) qualquer tentativa, no momento, de discussão em torno do aumento da carga tributária no País, apesar da deterioração das contas públicas com a expansão dos gastos para combate aos efeitos da pandemia do coronavírus.

“Não é hora para se discutir aumento de imposto, aumento de carga tributária, muito menos um imposto sobre transação financeira. Então isso está fora de cogitação”, afirmou Mansueto em entrevista à CNN Brasil.

De acordo com ele, dada a atual conjuntura, com o governo postergando datas de recolhimento de impostos, a prioridade é combater os efeitos econômicos e sociais da propagação do coronavírus, enquanto a retomada gradual da economia precisa ser feita “com muito cuidado” e baseada em dados da saúde.

Em oposto à ideia de recriação de tributos para compensar a situação fiscal, o secretário do Tesouro reiterou a importância da agenda de reformas estruturais passada a crise da pandemia.

“Como a gente vai pagar essa conta (fiscal), a gente tem que discutir depois. Inclusive, se a gente fizer as reformas e o país crescer mais rápido, (isso) vai ajudar a pagar essa conta”, completou.

Segundo dados divulgados pelo Banco Central na sexta-feira, a dívida bruta brasileira saltou a 79,7% do Produto Interno Bruto (PIB) em abril, um recorde, na esteira do forte déficit primário registrado pelo setor público consolidado, de R$ 94,303 bilhões em abril – também um recorde desde o início da série em 2001.

Contração – Mansueto também afirmou que uma contração do PIB entre 9% e 11% no segundo trimestre – estimada, segundo ele, por parte do mercado – é compatível com um declínio da economia entre 6% e 7% neste ano.

“Mais ou menos todo mundo no mercado está convergindo para uma queda, no segundo trimestre, entre 9% e 11%. Então uma queda em torno disso… é compatível com a queda do PIB do ano entre 6%, 7%”, disse.

Ele lembrou que a estimativa oficial do Ministério da Economia para o desempenho da economia em 2020 é de retração de 4,7%.

Sobre os dados do PIB do primeiro trimestre, divulgados na sexta-feira, Mansueto frisou as perdas no setor de serviços, que representa 74% da economia.

“Só a segunda quinzena de março, quando a gente já tinha começado esse processo de distanciamento social, teve um impacto muito forte (sobre o resultado do PIB no trimestre)”, disse.

O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro contraiu 1,5% no primeiro trimestre deste ano sobre os três meses anteriores, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), na mais forte retração desde 2015, na esteira dos primeiros sinais dos impactos das restrições por causa das medidas para conter a disseminação do coronavírus. (Reuters)

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