Minas Gerais renova acordo com governo dos Estados Unidos

Foi renovado ontem o Memorando de Entendimento assinado entre os governos de Minas Gerais e dos Estados Unidos, para cooperação e prospecção de investimentos. Na assinatura do novo acordo, o Executivo estadual apresentou um plano com propostas de parcerias entre as secretarias e o governo norte-americano. O Memorando prevê projetos de capacitação, convênios, recursos financeiros e intercâmbio em áreas como educação, saúde, segurança, infraestrutura, entre outras.

Estiveram presentes o governador Romeu Zema, a embaixadora dos EUA no Brasil, Elizabeth Frawley Bagley, e alguns secretários estaduais. A cerimônia foi realizada na sede do Banco de Desenvolvimento de Minas Gerais (BDMG), em Belo Horizonte.

O chefe da Casa Civil do governo Zema, Marcelo Aro, detalhou que o plano de trabalho apresentado pela gestão estadual, junto com a renovação do memorando, pode contribuir para que o Estado possa contar com recursos, experiência, inteligência e tecnologia dos americanos em diversas áreas. “Nós temos projeto na área de educação, saúde, segurança, enfim, em todas as áreas, nós temos uma proposta de parceria. Parceria que pode se dar por meio de uma capacitação, de um convênio, com recursos financeiros, intercâmbio, enfim, depende de cada área para saber como que essa parceria é estabelecida”, disse.

Aro recordou um fruto recente do primeiro acordo entre Estados Unidos e Minas Gerais, assinado no ano passado. Um workshop realizado há quatro meses pelo governo norte-americano, em Minas, com a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, para desenvolver habilidades relacionadas aos crimes cibernéticos. “Foi um ganho excepcional porque eles trouxeram de lá não só a sabedoria, a experiência deles, mas também a tecnologia necessária para que a gente possa combater melhor os crimes cibernéticos”, comenta.

O governador Romeu Zema declarou que o Estado e a principal economia do mundo são grandes parceiros comerciais, mas que há uma oportunidade de ampliar a cooperação entre as duas regiões. “Muito ainda pode ser feito. Conseguimos recentemente ampliar a quantidade de voos entre Belo Horizonte e Estados Unidos, e queremos mais ainda, talvez para outras grandes cidades americanas, o que facilitará muito esse intercâmbio, esse relacionamento”, aponta.

Economia verde

Na cerimônia, Zema destacou que Minas Gerais está muito envolvido com a transição energética, tanto o setor público como o privado. “Fomos o primeiro estado do Brasil e do hemisfério sul a assinar o Race to Zero e, hoje, todo o setor privado, principalmente o setor industrial e do agro, estão comprometidos com essa transição”, conta.

Ele ressaltou o potencial mineiro para uma economia verde. Citou como exemplo a indústria do aço, que utiliza energia elétrica de fontes renováveis e carvão vegetal proveniente de reflorestamento. “Nós temos hoje produtos que têm uma pegada verde muito superior a qualquer outro país do mundo e isso precisa ser considerado, ser levado em conta”, afirma Zema.

Embaixadora dos Estados Unidos avalia acordo com Minas Gerais

Em tom bem-humorado, a embaixadora americana não poupou elogios à gastronomia mineira, principalmente ao pão de queijo. Quando falou sobre o acordo, Elizabeth Frawley Bagley destacou o potencial econômico e cultural da região, com cerca de 55 companhias americanas em operação no Estado, e seis centros binacionais focados no ensino de inglês e compartilhamento da cultura e valores americanos.

“É claro, minha visita a Belo Horizonte não é apenas pelo pão de queijo, mas para a continuidade da parceria do governo de Minas Gerais, através desse memorando de entendimento, com parcerias para educação, instituições, ensino de inglês, parcerias comerciais, companhias, governos locais, ou por meio de programas nacionais de intercâmbio. Nós temos como alvo mais oportunidades com os mineiros”, declarou Frawley Bagley.

Ela considerou que foram colhidos resultados significativos desde a assinatura do primeiro memorando. Atualmente, a secretária de educação estadual está em um intercâmbio nos EUA relacionado à educação e inovação.

A embaixadora reafirmou que há muitas oportunidades na área de segurança, e deu como exemplo o programa supracitado por Marcelo Aro. Além disso, contou que os EUA estão comprometidos com as metas de transição energética. “De fato, nós temos nesse memorando de entendimento a transição energética e minerais críticos como dois novos focos. Nós vemos isso como importantes áreas com muito potencial para colaboração”, finalizou a representante americana.