Política

Minas fica fora do regime de recuperação fiscal neste ano

Minas fica fora  do regime de recuperação fiscal neste ano
Secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, participa de evento em São Paulo 08/08/2019 REUTERS/Amanda Perobelli

Brasília – Os estados do Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Goiás não devem entrar no regime de recuperação fiscal (RRF) neste ano apesar do interesse dos entes em fazê-lo, sinalizou ontem o secretário do Tesouro, Mansueto Almeida.

Em coletiva de imprensa, Mansueto reconheceu que havia no início do ano a expectativa de ingresso dos três entes no RRF, que tem como benefício a suspensão por três anos do pagamento das dívidas junto à União em troca da adoção de medidas de ajuste fiscal.

“Isso não aconteceu, possivelmente estamos alocando isso para o próximo ano”, afirmou o secretário.

Em relatório sobre o desempenho das contas públicas em outubro, o próprio Tesouro apontou que “o atraso da assinatura do ingresso de novos estados no regime de recuperação fiscal” será um dos fatores que contribuirá para um resultado primário melhor que a meta do setor público consolidado.

Hoje, apenas o Rio de Janeiro está no regime.

Mansueto afirmou que o Rio Grande do Sul está “muito avançado” no processo de adesão ao RRF. Um dos empecilhos, contudo, é que pelos critérios contábeis adotados pelo próprio Estado, ele não estaria em desequilíbrio fiscal.

Para entrar no regime, é necessário que a receita corrente líquida (RCL) anual do Estado seja menor do que a dívida consolidada ao final do último exercício, que a soma das suas despesas com pessoal, juros e amortizações seja igual ou maior que 70% da RCL e que o valor total de obrigações seja superior às disponibilidades de caixa.

Mansueto afirmou ainda que Minas Gerais tem que aprovar mudanças em assembleia para efetivar sua entrada e que Goiás ainda tem que apresentar seu plano para entrar no RRF.

Liberação de recursos – Mansueto também enfatizou que o governo irá fazer grande liberação de recursos nesta sexta-feira e alguns ministérios serão contemplados com mais do que o limite de empenho previsto no Orçamento, abrindo caminho para o pagamento dos chamados restos a pagar – despesas empenhadas e não pagas em anos anteriores.

Isso virá após o governo ter anunciado mais cedo neste mês o total descontigenciamento do Orçamento de 2019, possibilitado por receitas levantadas com leilões de petróleo, com destaque para o certame da cessão onerosa.

Para efetivar esse descontingenciamento e especificá-lo por pastas, o governo precisa editar um decreto, o que fará nesta sexta-feira.

“Amanhã deve sair o decreto de programação financeira e vai ter uma liberação bastante robusta, uma liberação substancial. A ampliação de limite de pagamentos, em alguns casos, vai ser superior ao que alguns ministérios têm de orçamento. Quando a gente faz isso, lembrem-se que é para pagar restos a pagar”, afirmou Mansueto.

“Então esperamos que no mês de dezembro tenhamos um pagamento de restos a pagar bastante expressivo em alguns ministérios”, acrescentou ele.

Segundo Mansueto, parte grande da expansão do limite de pagamento será para o Ministério de Minas e Energia, para pagamento a Petrobras no âmbito da renegociação do contrato de cessão onerosa. Outros ministérios beneficiados serão da Defesa e do Desenvolvimento Regional.

Mansueto também destacou que, por decreto editado pelo governo anterior, haverá um volume expressivo de restos a pagar a ser cancelado, na casa de R$ 17 bilhões, referentes a saldo inscrito até dezembro de 2016. (Reuters)

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