Política

MPE pede suspensão de direitos políticos de Nikolas Ferreira e Bruno Engler

Deputados são acusados de disseminar conteúdos falsos sobre livro de autoria de Fuad Noman para favorecer candidatura de Bruno Engler
MPE pede suspensão de direitos políticos de Nikolas Ferreira e Bruno Engler
Foto: Reprodução/Redes sociais

O Ministério Público Eleitoral (MPE) denunciou, nesta terça-feira (8), os deputados Bruno Engler (PL), Nikolas Ferreira (PL), Sheila Oliveira (PL), conhecida como delegada Sheila, e a ex-candidata a vice-prefeita Cláudia Romualdo (PL), conhecida como Coronel Cláudia, por crimes eleitorais por propagação de desinformação contra Fuad Noman – morto aos 77 anos em março deste ano – durante o segundo turno das eleições de 2024. A denúncia foi protocolada na 29ª Zona Eleitoral pelo promotor Renato Augusto de Mendonça. 

O documento pede a condenação dos quatro acusados pelos crimes de difamação e divulgação de fatos inverídicos na propaganda eleitoral com agravantes relacionados ao uso de meios de comunicação de massa. Para os quatro foi pedida a fixação de indenização por danos morais e suspensão dos direitos políticos, caso sejam condenados. No caso de Nikolas Ferreira, foi solicitada a condenação também por desobediência a decisão judicial.

Conforme a denúncia, os quatro teriam realizado uma campanha coordenada para atacar a reputação do então prefeito e candidato à reeleição, Fuad Noman (PSD), que acabou vencendo o pleito. O documento descreve que o grupo divulgou informações falsas que envolviam duas estratégias principais: publicação de trechos descontextualizados do livro “Cobiça”, de autoria de Fuad, e acusações de que a gestão do prefeito teria exposto crianças a conteúdo impróprio no Festival Internacional de Quadrinhos (FIQ), realizado em maio de 2024.

O MPE aponta que os conteúdos foram disseminados por meio de rádio, televisão e redes sociais com o objetivo de influenciar o eleitorado a favor de Bruno Engler, que disputava o segundo turno contra Noman.  

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“Em plena pandemia, o prefeito escreveu um livro erótico chamado ‘Cobiça’. Na página 159, Fuad descreve o estupro coletivo de uma criança de 12 anos […] Ele se defende dizendo que é uma ficção, mas como é que alguém sequer pode pensar no estupro de uma criança? Isso é assustador. Não acredita? Acesse o Google e digite ‘Fuad Cobiça’”, diz trecho de fala atribuída pelo MPE a Engler e a Cláudia Romualdo. 

O deputado federal Nikolas Ferreira, que não era candidato, também foi acusado de desobediência por não cumprir decisão judicial que determinava a retirada dos conteúdos das redes sociais. Após ser intimado, ele manteve as publicações e ironizou a ordem da Justiça Eleitoral. Para o órgão, Nikolas agiu com dolo ao reiterar as acusações mesmo ciente da ilegalidade da conduta.

Em nota, a assessoria jurídica de Bruno Engler e de Cláudia Romualdo alegou que ambos não cometeram nenhum crime e que irão se manifestar nos autos do processo. Ao Diário do Comércio, Nikolas Ferreira disse ser perseguido por ser um parlamentar de direita e porque “querem deixá-lo inelegível”. A reportagem também entrou em contato com a assessoria de Sheila Oliveira e aguarda resposta. O espaço segue aberto para esclarecimentos.

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