Operação Rejeito: Zema diz que CGE já tinha indícios de irregularidades e não deve trocar secretários

O governador Romeu Zema (Novo) se pronunciou pela segunda vez sobre a Operação Rejeito, deflagrada na quarta-feira (17) pela Polícia Federal (PF), que revelou um esquema criminoso de mineração em Minas Gerais com envolvimento de servidores estaduais. Ele voltou a afirmar que a Controladoria-Geral do Estado (CGE) já tinha indícios de irregularidades e reiterou que espera punições para quem, de fato, tenha cometido algum ato ilegal.
“A nossa controladoria já tinha indícios, mas, como não tem poder efetivo de polícia, o processo estava em andamento. O que eu espero é que a investigação siga, prospere e que aqueles que realmente fizeram algo de errado sejam responsabilizados”, disse Zema à imprensa nesta sexta-feira (19). “Isso só traz ganhos e mais transparência para os processos de análise ambiental”, ressaltou.
O governador falou com a imprensa durante o evento “Perspectivas Políticas e Estabilidade Democrática e seus Reflexos para o Empresariado”. O encontro foi realizado pela Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de Minas Gerais (Fecomércio-MG).
Ao lado dele, também participaram da coletiva o presidente da entidade, Nadim Donato; o presidente da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), José Roberto Trados; e o ex-presidente da República, Michel Temer (MDB).
Na quinta-feira (18), o governador quebrou o silêncio de mais de 24 horas e se manifestou pela primeira vez sobre a operação, dizendo a jornalistas que havia suspeitas por parte da CGE e que espera punições exemplares para os envolvidos. Na ocasião, ele classificou como absurda a possibilidade de servidores terem participação.
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‘O que tínhamos que fazer já foi feito’, afirma o governador
Ao se pronunciar novamente sobre o assunto, Zema destacou que o Estado está dando total apoio às investigações. Ele afirmou que sua gestão preza pela transparência, lamentou a situação e garantiu que não há intenção de mudar o secretariado.
“Não há previsão de substituição de secretários. O que nós tínhamos que fazer, já foi feito. Agora tenho caminhado para a reta final da minha gestão, e estamos bastante tranquilos”, afirmou. “Lembro que, desde o início da minha gestão, que já tem quase sete anos, nós tivemos um secretariado extremamente estável. Alguns ocuparam as suas respectivas pastas pelo maior período da história de Minas Gerais, muito acima da média, o que mostra que somos um governo que preza pela estabilidade”, ressaltou.
Exonerações e afastamento de servidores
Após a deflagração da Operação Rejeito, o Estado exonerou os servidores comissionados investigados e afastou os concursados suspeitos de participação na organização criminosa. A lista inclui:
- Breno Esteves Lasmar – exonerado do cargo de diretor-geral do Instituto Estadual de Florestas (IEF) e afastado do cargo efetivo de analista ambiental do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam)
- Fernando Baliani da Silva – exonerado do cargo de diretor regional da Fundação Estadual de Meio Ambiente (Feam) e afastado do cargo efetivo de gestor ambiental da Secretaria de Estado de Meio Ambiente (Semad)
- Arthur Ferreira Rezende Delfim – exonerado do cargo de diretor de Apoio à Regularização Ambiental da Feam
- Lirriet de Freitas Libório Oliveira – exonerado do cargo de chefe regional da Unidade de Regularização Ambiental Leste Mineiro da Feam
- João Paulo Martins – exonerado do cargo de presidente do Instituto Estadual do Patrimônio Histórico (Iepha)
Além dos afastamentos e das exonerações, o governo paralisou os processos de licenciamento ambiental e informou que vai revisar algumas licenças já concedidas. No entanto, não detalhou quais processos foram suspensos nem quais serão revisados.
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