Política

Zema troca comando da Copasa e nomeia Marília Melo para conduzir privatização no lugar de Passalio

Secretária de Meio Ambiente assume a presidência da estatal após sanção da lei que autoriza a desestatização; meta do governo é concluir o processo até março de 2026
Zema troca comando da Copasa e nomeia Marília Melo para conduzir privatização no lugar de Passalio
Marília Melo e Fernando Passalio | Fotos: Divulgação Semad/ Divulgação Copasa

Após sancionar a lei que autoriza a privatização da Copasa, o governador Romeu Zema (Novo) promoveu uma troca no comando da companhia, nomeando a então secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad), Marília Carvalho de Melo, como nova presidente, em substituição a Fernando Passalio. A mudança foi confirmada pelo governo de Minas nesta terça-feira (23).

O até então presidente da companhia, Fernando Passalio, ex-secretário de Estado de Desenvolvimento Econômico, que chefiava a estatal desde março deste ano, ainda não se pronunciou.

Informe da troca

O governo do Estado informou que a nova presidente terá como principal atribuição conduzir o processo de privatização da Copasa. Segundo nota, Marília Melo é “uma das maiores autoridades sobre água no Estado e já responde paralelamente pelo tema do saneamento desde 2020”. Mais informações sobre a troca de comando serão divulgadas “em momento oportuno”, segundo o Executivo.

Em nota, Zema agradeceu o trabalho da secretária e destacou a expectativa em relação à nova função: “Fico extremamente satisfeito de ter tido como secretária alguém tão competente como Marília. Tenho confiança de que ela fará um ótimo trabalho na condução da desestatização da Copasa”.

Quanto ao ex-presidente da companhia, Fernando Passalio, o governo de Minas ressaltou que ele foi “fundamental para garantir os ajustes necessários para viabilizar o processo de desestatização, dentro do contexto de adesão de Minas Gerais ao Programa de Pleno Pagamento de Dívidas dos Estados (Propag)”.

Em publicação na rede social, na semana passada, Marília Melo agradeceu aos servidores da pasta e destacou a sensação de “missão cumprida” em 2025.

“Concluímos 2025 com a sensação de missão cumprida. Mesmo com desafios que se apresentaram ao longo do percurso, os servidores do meio ambiente, com sua competência, determinação e espírito público, são um exemplo que muito me orgulha à frente da secretaria. Parabéns a todos os servidores e gratidão por tanta dedicação”, diz o texto da agora ex-secretária.

Quem é Marília Melo

Engenheira civil formada pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), a nova presidente da Copasa possui mestrado em saneamento, meio ambiente e recursos hídricos pela mesma instituição, além de doutorado em recursos hídricos pelo Programa de Engenharia Civil (PEC) do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

Marília Melo iniciou sua carreira no governo de Minas em 2002, atuando até 2006 na Divisão de Outorga de Direito do Uso de Recursos Hídricos do Instituto Mineiro de Gestão das Águas (Igam), quando se tornou analista ambiental concursada.

Em 2007, assumiu seu primeiro cargo de chefia, como diretora de Monitoramento e Fiscalização do Igam. Em 2011, tornou-se a primeira subsecretária de Fiscalização da Semad, cargo que deixou em 2013 para ocupar, pela primeira vez, o posto de diretora-geral do Igam. Em 2015, retornou à Semad para assumir o cargo de secretária-adjunta.

Ainda em 2015, retornou à Subsecretaria de Fiscalização, de onde saiu em 2017 para ocupar novamente o posto de diretora-geral do Igam, até tornar-se, em 2020, a primeira mulher a assumir o cargo de secretária de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável de Minas Gerais.

Privatização da Copasa

A privatização da Copasa foi aprovada pela Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) na última quarta-feira (17), em uma sessão que durou mais de nove horas.

Com a sanção do governador Romeu Zema, o processo de desestatização da empresa já está em curso, e a meta é concluir a venda até março de 2026.

A privatização da Copasa, segundo o governo de Minas, servirá para atender às obrigações previstas no Propag, já que o Estado possui elevado débito com a União. As contrapartidas do programa para Minas e outros estados incluem investimentos adicionais em educação profissionalizante, infraestrutura e segurança, conforme previsto na iniciativa federal.

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