CBMM investe anualmente R$ 250 milhões em Inovação e Tecnologia
A Companhia Brasileira de Metalurgia e Mineração (CBMM) tem em Araxá, no Alto Paranaíba, uma das maiores reservas de nióbio do mundo. Mas, para além da exploração, a empresa investe constantemente em inovação e tecnologia como forma de criar e expandir mercados nos quais o mineral se destaca como matéria-prima e indutor do desenvolvimento.
Para isso, cerca de R$ 250 milhões são destinados anualmente para pesquisas que envolvem grupos dedicados e interação com mercado e clientes em vistas ao aprimoramento das aplicações. Isso porque existem mais de 90 tipos exploráveis do elemento na natureza.
“Não queremos apenas atender ao mercado, pois ele é muito limitado. Temos que ir além do que já fazemos, entender qual o próximo aço, automóvel, material de construção ou equipamento poderá ser beneficiado pelo mineral. Dando certo, a gente reverte ao mercado e a CBMM sai na frente por já ter o insumo adequado para cada situação. Por isso, a tecnologia e a inovação são tão importantes para nós”, explica o diretor de tecnologia da companhia, Rafael Mesquita.
Ele lembra que o nióbio é um elemento raro e difícil de encontrar. A empresa tem uma boa reserva e uma capacidade de produção muito maior que a demanda de mercado. Justamente por isso, também atua no desenvolvimento dele.
“Lá atrás, nas décadas de 60 e 70, vimos que o desafio não seria a extração, mas as aplicações. Foi então que começamos o programa de desenvolvimento do mercado fomentando a aplicação do nióbio em diferentes áreas”, diz.
Hoje, a empresa atua em três frentes principais:
- Aço – o corebusiness, área em que a companhia atua desde a década de 1960 e que visa o aumento da resistência do aço por meio do nióbio, permitindo um menor uso do componente em diversas aplicações, resultando, inclusive, numa menor emissão de CO2 por diferentes cadeias produtivas, como a construção;
- Automóveis – também por meio do aprimoramento do aço para tornar o insumo mais competitivo e mais resistente;
- Novas aplicações – especialmente no que se refere às baterias, em que o nióbio é aplicado na forma de óxido e combinado com outros elementos.
“São aplicações diversas, desde a construção, o setor automotivo e baterias, até alguns equipamentos nos quais ele (nióbio) funciona como supercondutor, como na ressonância magnética. E também há algumas inovações disruptivas em áreas ainda muito incertas, tais como o agronegócio, materiais ópticos, supercondutores para geração de energia e muitos outros”, cita o diretor.
Um bom exemplo recente diz respeito às parcerias da CBMM com a Volkswagen e a Toshiba para o desenvolvimento de baterias de carga rápida.
CBMM é reconhecida pelo Prêmio José Costa 2024
Tudo isso já justifica o reconhecimento da companhia na nona edição do Prêmio José Costa, realizado no último dia 10. A empresa foi agraciada na categoria “Tecnologia e Inovação”.
“Receber esse prêmio é muito gratificante, pois estamos falando de uma área que representa o coração da empresa, é a base do negócio. Especialmente porque vem de uma instituição independente e que respeitamos muito, que é o Diário do Comércio. Além disso, reconhece todo nosso esforço quanto ao desenvolvimento do mercado”, orgulha-se.
Por fim, Mesquita adianta algumas apostas na área para 2025. Segundo ele, devem se destacar o próprio corebusiness da CBMM, com a aplicação do nióbio em aço para diferentes setores e o segmento de baterias.
“Esse ano já tivemos um avanço importante no desenvolvimento de soluções para baterias e, no próximo ano, devemos ter novidades em termos de homologação, lançamento de produtos e produção em série”, adianta.
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