Sustentabilidade

Brasil será primeiro país a anunciar investimento em fundo florestal global

O anúncio do investimento será feito na próxima terça-feira
Brasil será primeiro país a anunciar investimento em fundo florestal global
Foto: Fernando Frazão/Agência Brasil

O Brasil será o primeiro país a colocar recursos no Fundo Florestas Tropicais para Sempre (TFFF, na sigla em inglês), em um movimento que visa incentivar outros governos a dar crédito para a proposta brasileira de conservação de florestas, disseram à Reuters três fontes que acompanham as negociações.

O anúncio do investimento será feito na próxima terça-feira (23) pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva na sede da ONU, em Nova York, em uma reunião chamada para apresentar a líderes mundiais o conceito completo do fundo, e representará um valor “considerável”, com a intenção de definir um padrão para investimentos que vierem depois, revelaram duas das fontes.

A intenção do governo, segundo as fontes, é mostrar que o Brasil tem confiança nos resultados da ideia que está apresentando e vai “praticar o que está pregando”. O país, além de investidor, está entre os 72 que podem receber recursos do fundo.

Os detalhes dos valores e como será feito o investimento ainda estão sendo fechados pelo Ministério da Fazenda e Lula, que viaja para Nova York no próximo domingo, mas a decisão de anunciar o aporte está tomada, disseram as fontes. A Reuters não conseguiu confirmar qual será o valor do investimento brasileiro.

Desenvolvido a partir de uma ideia de técnicos brasileiros das áreas do Meio Ambiente e Fazenda, o TFFF será um fundo de investimentos em que países e investidores compram títulos e são remunerados por isso, mas parte dos lucros é direcionada a financiar a manutenção de florestas.

O plano do TFFF prevê um total de US$125 bilhões, sendo US$25 bilhões de países e o restante de investidores privados. Os recursos nacionais seriam o aporte inicial para atrair a confiança de investidores.

O governo brasileiro negocia aportes já com diversos países, tanto desenvolvidos quanto emergentes. Em julho, durante reunião do Brics no Rio de Janeiro, o ministro das Finanças da China, Lan Foan, disse ao ministro da Fazenda brasileiro, Fernando Haddad, que seu país faria um dos aportes iniciais ao fundo, como mostrou a Reuters.

Outros emergentes, como os Emirados Árabes Unidos, também já demonstraram interesse, enquanto Alemanha, Noruega e Reino Unido, que participam da formulação do TFFF, também já falam em fazer aportes. Segundo as fontes, governo brasileiro ouviu que facilitaria a atração de recursos dos demais parceiros se o próprio Brasil fizesse um investimento.

O fundo será lançado oficialmente durante a COP30, em novembro, em Belém, e a intenção é que até lá outros países já tenham anunciado seus aportes.

Conteúdo distribuído por Reuters

Rádio Itatiaia

Ouça a rádio de Minas