Dia Nacional da Sustentabilidade: pequenos negócios avançam em práticas ESG em Minas
O Dia Nacional da Sustentabilidade é celebrado no Brasil nesta quinta-feira (25) e, neste ano, a data marca uma década da adoção da Agenda 2030 da ONU e dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS). Em Minas Gerais, uma pesquisa do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) mostra que os pequenos negócios têm ampliado práticas voltadas à redução de impacto ambiental, inclusão social e gestão ética.
De acordo com o levantamento, a maioria dos empreendedores mineiros já adotam práticas voltadas para o desenvolvimento sustentável e eficiente. Entre elas:
- 83% dos empreendedores mineiros já adotam medidas de economia de energia
- 73% reduzem o uso de plástico
- 60% realizam reciclagem e reaproveitamento de materiais
- 50% investem em economia de água.
No campo social, sete em cada dez pequenos empresários afirmam apoiar a diversidade e a inclusão, e quatro em cada dez garantem igualdade de salários e oportunidades. Já no escopo da governança, mais da metade dos entrevistados adota gestão de riscos e canais de escuta para clientes e colaboradores.
Para o presidente do Conselho Deliberativo do Sebrae Minas, Marcelo de Souza e Silva, o movimento é estratégico. “Os pequenos negócios de Minas Gerais têm valorizado e investido cada vez mais em boas práticas de sustentabilidade, não apenas para reduzir custos e fortalecer a reputação da marca, mas como um caminho necessário para preservar os recursos naturais, garantir a qualidade de vida das pessoas e a longevidade dos negócios”, afirma.
Boas práticas
No bairro Padre Eustáquio, na região Noroeste de Belo Horizonte, a Mantiqueira Bela, especializada em antepastos, transformou um episódio cotidiano em mudança de postura. O empreendedor Rildo Machado conta que a decisão de substituir colheres de plástico por talheres de papel e bambu surgiu após o pedido de uma cliente em uma feira. Hoje, a empresa mantém compostagem de resíduos para entrega a pequenos produtores e oferece desconto a quem retorna potes de vidro.
“O retorno é muito positivo. Esse viés de sustentabilidade ajuda a empresa a ganhar novos clientes que têm a mesma preocupação”, afirma Machado, que administra o negócio com a esposa Jeane e os filhos Eduardo e Leonardo.
Outra iniciativa vem do campo. A startup ESGpec, criada em Belo Horizonte em 2022, desenvolve ferramentas digitais gratuitas para produtores de pecuária leiteira medirem a pegada de carbono e monitorarem práticas ambientais. Entre as soluções, a PEC CALC calcula emissões a partir de dados como manejo de dejetos, consumo de energia e alimentação animal, permitindo simulações e diagnósticos para redução de impacto. O projeto já alcança cerca de 300 fazendas em seis estados, com apoio de mais de 100 técnicos treinados.
A sócia-fundadora, Heloise Duarte, vencedora do Prêmio Sebrae Mulher de Negócios 2025 na categoria Ciência e Tecnologia, explica que a ideia é aproximar o setor rural das práticas de ESG. “Queremos mostrar que ESG no campo não é um bicho de sete cabeças. Nossa missão é democratizar o acesso a práticas sustentáveis”, diz.
Apoio e capacitação
Para estimular mais empreendedores a adotarem práticas de ESG, o Sebrae Minas lançou o curso gratuito “Mais Lucro, Menos Custo com ESG”. A ferramenta inclui um chatbot que orienta ações práticas e um diagnóstico que avalia o estágio de maturidade do negócio em critérios ambientais, sociais e de governança.
A pesquisa do Sebrae revela ainda que, embora 67% dos pequenos empresários tenham conhecimento superficial ou inexistente sobre ESG, mais de 90% consideram importante ou muito importante que as empresas se responsabilizem pelos efeitos que causam no meio ambiente e na sociedade. Além disso, 62% afirmam que, nos próximos três anos, irão priorizar ações para redução do impacto ambiental.
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