ESG Day reúne empresas em BH para tratar de questões ambientais, sociais e governança corporativa

O ESG Day, que aconteceu na Savassi, em Belo Horizonte, na última sexta-feira (22), Dia Mundial da Água, possibilitou uma troca de conhecimento e experiências reais. Esta foi a percepção do público sobre o evento promovido pelo Manucci Advogados em parceria com a SKEMA Business School Brasil, que colocou em debate as melhores práticas relacionadas ao ESG (Environmental, Social and Governance).
Participaram do evento que tratou da geração de valor econômico aliada às questões ambientais, sociais e governança corporativa, CEOs, CFOs e gestores jurídicos de diversas empresas, entre elas Usiminas, AeC, Equinox Gold, BDMG, AngloGold, Aliança Energia, AMG do Brasil, Grid Energia, Mineral do Brasil, AngloGold, além de Invest Minas, Advocacia Geral da União (AGU), entre outros.
Durante a abertura do evento, o anfitrião e sócio-diretor do Manucci Advogados, Daniel Manucci, destacou a importância de discutir temas atuais que impactam diretamente as empresas e a vida das comunidades. “A ideia é reforçar que o ESG traz impactos positivos para os dois lados”, ressaltou.
Debates sobre Governança, Compliance e ESG
O evento começou com o painel “Governança e Compliance – governança corporativa como pilar do ESG”, conduzido pelo sócio do Manucci Advogados, Renato Andrade. O foco foi destacar como a governança corporativa e o compliance estão intrinsecamente ligados ao ESG, contribuindo para o desenvolvimento sustentável das organizações.
A representante da diretoria jurídica e de compliance da AeC, Flávia Tomagnini, ressaltou que uma boa governança começa desde o nascimento da empresa.
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“Muitas vezes a gente acredita que é preciso de grande estrutura para a governança, mas ela surge quando a empresa nasce. A partir daí, quando a diretoria toma decisões de forma justa e consulta os meios legais, a boa governança já é realizada e o compliance acontece”, destacou Flávia.
Minas Gerais como polo de compliance
O diretor de governança da Usiminas, Bruno Paulino, enfatizou a importância de Minas Gerais como um polo de compliance, destacando que não existe um modelo único de governança, mas sim, práticas adaptáveis a cada realidade empresarial.
“A robustez da governança vem na hora de tomar decisões difíceis. E a equipe deve ter as melhores práticas para verificar qual é a melhor estratégia para a sua realidade. Temos que trabalhar para mitigar os impactos e deixar a sociedade melhor do que a gente encontrou”, comentou.
Transparência e diálogo são chaves para o sucesso social
O segundo painel teve como tema “Do Ambiental ao Social – A Relevância da Licença Social para as Atividades Empresariais”. O sócio do Manucci Advogados, Diego Kolti, conduziu a discussão, destacando a importância da confiança e do diálogo entre empresas e comunidades.
A gerência da AngloGold Ashanti, por meio da Mariana Jeanneret Mourão, destacou a importância do diálogo e da transparência para a construção de uma relação positiva com as comunidades.
Já o proprietário do Café das Vertentes Industriais e Comércio, Pedro Gabarra, ressaltou a importância da transparência na melhoria das relações empresa-comunidade. “Trabalhamos com transparência e isso melhorou a relação entre empresa e comunidade. Buscamos sempre parceria com os clientes, colaboradores e comunidade”, disse.
A AMG Brasil S/A, empresa que atua nos setores de minerais críticos, materiais especiais e energia, enfatizou a necessidade de escuta atenta e diálogo constante com as comunidades para obter uma verdadeira licença social.
“Hoje, mais importante que a licença ambiental é a licença social. E, para isso, temos que ter diálogo constante com a comunidade. Além disso, o relacionamento social é importante para sair de crises”, destacou a Gerente Geral de RH e Responsabilidade Social, Thaís Guedes.

Energia Renovável e Transição Energética
O último painel abordou “Energia – A Importância da Energia Renovável na Transição Energética”. Um sócio do Manucci Advogados, Gustavo Santiago, destacou a necessidade de investimentos em energia renovável para garantir a sustentabilidade ambiental e econômica.
A gerente jurídica e governança da Aliança Energia, Lívia Atheniense, ressaltou os desafios e vantagens da transição energética, enquanto CEO Grid Energia e professor da Skema, Stéfano Angioletti, destacou a importância das empresas se conscientizarem sobre a urgência da transição energética.
“Se uma empresa vai migrar a energia, tem que ficar atenta à questão da diminuição dos poluentes. É um custo alto, mas com vantagens a longo prazo”, diz Lívia.
O CEO da Invest Minas, João Paulo Braga, enfatizou as oportunidades que o Brasil possui no mercado de energia renovável e a necessidade de investir em fontes limpas para garantir o desenvolvimento sustentável do país.
“Mirar no futuro é o ideal, pois daqui pra frente o trabalho é atrair as cadeias produtivas para o Brasil com produção ecologicamente correta. Temos que priorizar a expansão da rede e do armazenamento, como, por exemplo, a energia solar e eólica. Além disso, nosso País tem potencial hidrelétrico muito grande”, lembrou.
Expectativas para o ESG nas corporações
A transição energética é uma oportunidade para o Brasil se destacar mundialmente, pois o País possui diversas fontes de energia renováveis. Diante dos debates e reflexões proporcionados pelo ESG Day, fica evidente que as empresas estão cada vez mais engajadas em práticas que não apenas geram lucro, mas também, promovem o bem-estar social e a preservação ambiental.
O Gerente de Negócios Grandes Empresas do BDMG, João Paulo Moreira, explicou que o primeiro passo para atingir um novo patamar no processo é fazer um diagnóstico e pensar em uma linha base, identificar as oportunidades e desenvolver as ações.
“Temos a vantagem de termos tudo conectado, mas as questões da expansão e armazenamento são os pontos críticos atuais. O investimento energético faz muito sentido, pois tem retorno garantido”, finaliza.
A participante Priscila Alves, do Impact Hub, já revela que o encontro foi essencial para pensar no futuro da empresa, tanto economicamente como sustentavelmente. Ela conta que perceber a preocupação das empresas na área de governança é fundamental.
“O evento em si conseguiu abraçar todos os temas do ESG de forma eficaz, trazendo pautas relevantes e situações práticas já adotadas pelas as empresas, trazendo retorno para a sociedade, não só como negócio, mas com as pessoas, a comunidade e o futuro em si. Foi muito importante e já saímos com parcerias para nossos projetos”, conclui.
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