Mineração estabelece metas para economia de baixo carbono
O diretor-presidente do Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram), Raul Jungmann, apresentou as metas da mineração para a operacionalização de uma economia de baixo carbono durante o segundo dia da Expo & Congresso Brasileiro de Mineração (Exposibram) 2025, que acontece em Salvador, na Bahia.
Os compromissos serão levados à COP 30, que acontece no próximo mês, na Amazônia. Segundo Jungmann, o setor é um dos primeiros a elencar suas metas.
“As Cops anteriores ocorreram mais no sentido de discussão e a expectativa e ambição é que nesta, o Brasil se torne uma referência em termos de compromissos com o clima na superação das emergências que enfrentamos”, resumiu.
Confira as metas estabelecidas pelo setor de mineração
- Energia renovável: ampliação em 15% na participação de fontes renováveis para o setor mineral
até 2030; - Natureza positiva: ampliação em 10% de áreas protegidas com relação às áreas impactadas, até 2030;
- Água: redução em 10% do uso específico de água nova na mineração, até 2030; promoção da eficiência hídrica e melhor gestão de recursos;
- Adaptação: elaboração de 30 planos municipais de adaptação a mudanças climáticas para territórios com mineração, até 2030;
- Descarbonização: descarbonização do setor em três pilares: redução das emissões diretas da mineração; contribuição para redução das emissões ao longo da cadeia global do minério de ferro e viabilização de soluções para a transição energética global por meio dos minerais críticos e estratégicos.
A presidente do conselho diretor do Ibram, Ana Sanches, complementou que além do total alinhamento à COP 30, as cinco metas também possuem sinergia com os princípios dos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (ODS), estabelecidos pela Organização das Nações Unidas (ONU).
“Essa é mais uma demonstração de como o setor está se empenhando em dar cada vez mais visibilidade e clareza a esse tema e à sua contribuição para essas questões”, disse.
Conforme o diretor-presidente do Ibram, o principal método de acompanhamento dessas metas será a transparência. E admitiu que dificuldades para implementação existem. Como por exemplo, nos índices propostos para a descarbonização.
“Daí a importância de um evento dessa magnitude como à COP 30. Nossa responsabilidade não se resume especificamente à COP, mas também no decorrer do próximo ano, quando iremos presidir as ações relacionadas ao clima”, detalhou.
O dirigente ainda citou que dos US$ 68 bilhões previstos em investimentos privados pelas mineradoras no período 2025-2028, US$ 16 bilhões serão alocados em projetos de sustentabilidade. Esses aportes, segundo ele, certamente, contemplarão parte das metas anunciadas.
*a editora viajou para Salvador a Convite da Nexa
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