‘Pensar global, agir local’: Movimento B articula indústria mineira para a economia sustentável

Em um cenário de constantes transformações socioambientais, a necessidade de atuações responsáveis se faz cada vez mais necessária. Nesse contexto, o Movimento B se destaca ao mobilizar negócios a adotar práticas de sustentabilidade pautadas na inclusão e equidade.
A certificação de Empresa B, concedida às organizações que atendem aos padrões de impacto socioambiental, é um dos pilares desse movimento. A partir da Avaliação de Impacto B (BIA), um formulário é preenchido para mensuração do impacto real do negócio a partir de cinco eixos principais: trabalhador, meio ambiente, comunidade, cliente e governança.
Segundo o Movimento B, negócios que conquistam essa certificação não apenas demonstram compromisso com a sustentabilidade, mas também se integram a uma rede global de negócios comprometidos com uma nova economia. Atualmente, 9 mil empresas espalhadas pelo mundo já foram certificadas, sendo 337 no Brasil, com processos de recertificação a cada três anos.

A multiplicadora do Sistema B Brasil, Andreia Duarte, destaca que as corporações certificadas devem fazer mais do que 100% da obrigação legal. “Elas precisam primeiramente de um olhar comprometido em fazer grandes mudanças. A partir do perfil de cada empresa, é possível traçar um plano de ação focado em promover essas medidas de forma estratégica e estruturada”, declara.
O conteúdo continua após o "Você pode gostar".
Segundo ela, o Sistema B oferece uma avaliação que vai além do ESG (ambiental, social e de governança), sem descartar esses critérios, mas trazendo uma análise ampla e detalhada. A auditoria é realizada pelo BLab Internacional, que designa profissionais a acompanharem e verificarem os estabelecimentos, garantindo que cumpram com os compromissos estabelecidos.
Para além de iniciativas internas, Andreia Duarte detalha que as avaliações realizadas também são capazes de embasar a criação de políticas públicas. “Temos leis aprovadas em estados como Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande do Norte que incentivam práticas alinhadas a essa nova abordagem”, acrescenta.
Muito mais do que comprovar uma adoção correta de estratégia sustentável, a multiplicadora ressalta que as empresas certificadas pelo Movimento B conquistam um diferencial competitivo significativo para o futuro. “As empresas certificadas têm um reconhecimento com práticas socioambientais para além das obrigações legais, o que traz um diferencial competitivo muito importante”.
Selo Indústria Responsável reforça compromisso do setor com a sustentabilidade
Além do Movimento B, a Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais (Fiemg) investe na articulação do setor para atender aos parâmetros do desenvolvimento sustentável. Lançado em outubro do ano passado, o Selo Indústria Responsável visa certificar negócios com alto nível de maturidade e ajudar organizações a implementarem práticas em ESG.
Estabelecido com base nos três eixos do ESG, o selo abrange temas essenciais como economia circular, gestão ambiental, gestão de resíduos, mudanças climáticas, além de promover a gestão de pessoas, diversidade e inclusão. Ele também reforça a importância do relacionamento com a cadeia de valor, a gestão de riscos e o compliance, incentivando práticas empresariais que alinharem lucratividade com responsabilidade socioambiental.
A analista de projetos sociais da Fiemg, Livia Moraes, diz que a entidade segue ampliando discussões para fomentar produções cada vez mais íntegras, sustentáveis e responsáveis. “A indústria tem o poder de influenciar comportamentos para atingirmos o mundo desejável e, quando se fala de desenvolvimento sustentável, a Fiemg tem um papel importante nisso”.
Ambas as certificações foram discutidas no encontro “Caminhos para o Impacto Socioambiental Positivo”, realizado de forma híbrida na última segunda, 24, na sede da Fiemg. O evento fomentou trocas de experiências e conexões debatendo temas como ESG na indústria, liderança e engajamento.
Ouça a rádio de Minas